"Estaremos sempre contra um Estado centralista e que menorize as autonomias", declarou no encerramento do XIX congresso regional do PS, no Funchal, no qual foi confirmado décimo presidente do partido na região, depois de ter sido eleito em julho, numas internas em que foi o único candidato.
A sua moção de estratégia global, a única apresentada aos 300 delegados, intitulada "Avançar a Madeira pelas pessoas", foi aprovada por unanimidade.
"Estaremos contra [o centralismo do Estado], mas também estaremos confiantes que o Governo da República, liderado pelo PS, considere as regiões autónomas como uma prioridade nacional nesta fase de recuperação que enfrentamos", reforçou.
Paulo Cafôfo disse que o seu projeto político visa dinamizar uma transformação económica e social na região, pois considera que o PSD, que governa o arquipélago desde 1976, "falhou" na questão da igualdade e da criação de oportunidades.
"Quarenta e seis anos depois de 25 de Abril e após muitos milhões gastos em investimentos, alguns deles desnecessários, há um número que me incomoda, um número que já existia antes de qualquer vírus: temos na região 81 mil pessoas em risco de pobreza", alertou.
O novo líder do PS/Madeira assegurou que o partido tem "respostas para mudar a região" e "propostas para um futuro diferente", apontando o social-democrata Miguel Albuquerque, que chefia o executivo de coligação PSD/CDS-PP, como um "presidente em fim de linha".
Paulo Cafôfo disse pretender, por outro lado, transformar o desafio que a pandemia de covid-19 impõe numa oportunidade para mudar a região, garantido mais oportunidades, mais transparência e uma governação sem privilégios, pelo que definiu já uma agenda assente em cinco pilares: qualificação, ambiente, diversificação da economia, produção regional e modernização infraestrutural.
"Posso, desde já, anunciar que uma das primeiras consequências práticas desta agenda será formalizada na próxima semana, quando o grupo parlamentar do PS/Madeira apresentar na Assembleia Regional um projeto de decreto-legislativo que cria um programa especial de apoio às empresas, no âmbito da pandemia da covid-19", anunciou.
O objetivo é disponibilizar 165 milhões de euros a fundo perdido.
Paulo Cafôfo referiu-se, por outro lado, às eleições autárquicas de 2021, indicando que o PS pretende manter as quatro autarquias onde governa e aumentar o número de eleitos.
O novo presidente socialista disse que, nos concelhos onde é oposição, vai apresentar "candidatos reconhecidos pela população" e "projetos arrojados", estando também disponível para avaliar coligações pré-eleitorais, como no Funchal (Coligação Confiança - PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!).
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