Numa nota do Ministério da Defesa, o gabinete do ministro Azeredo Lopes, do qual o diretor da Polícia Judiciária Militar depende hierarquicamente, é referido que o ministro tomou a decisão de nomear o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel como diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, mediante proposta do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
A nomeação do novo diretor da Policia Judiciária Militar surge após a detenção do até agora responsável da PJM, Luís Vieira, no âmbito do caso do desaparecimento de material de guerra dos paióis de Tancos.
“José Azeredo Lopes solicitou ao Almirante Silva Ribeiro que, depois de ouvidos os chefes de Estado-Maior dos Ramos, apresentasse uma proposta que restabelecesse o normal funcionamento da Polícia Judiciária Militar”, é referido no mesmo comunicado.
No âmbito da investigação da recuperação de armas de Tancos, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decretou na sexta-feira prisão preventiva para Luís Vieira e para um civil.
Em comunicado, o TIC adiantou que os restantes seis arguidos ficam em liberdade, embora sujeitos a termo de identidade e residência, suspensão do exercício de funções, proibição de contacto com os coarguidos e com quaisquer militares das Forças Armadas, da GNR e elementos da PJM.
O advogado do agora ex-diretor da PJM anunciou, então, que ia recorrer da decisão de prisão preventiva decretada ao seu cliente.
No novo diretor-geral da PJM, Paulo Isabel, ingressou em 1982 na Escola Naval, onde concluiu a licenciatura em Ciências Militares Navais.
Segundo a nota do Ministério da Defesa, nos últimos anos desempenhou diversas funções na Polícia Marítima e, atualmente, coordenava da área de ensino de comportamento humano e administração de recursos no Instituto Universitário Militar.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve na terça-feira, no âmbito da Operação Húbris, o diretor da PJM, Luís Vieira, outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.
Segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.
No âmbito desta investigação é também alvo de um pedido de detenção um militar português que está em missão na República Centro-Africana (RCA).
(Notícia atualizada às 14:48)
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