Em audiência parlamentar, o governante sublinhou a “opção e a perspetiva do Governo de que se negoceie e se favoreça a paz social”, mas que o processo negocial em concreto é da responsabilidade da Comissão Executiva.
“E foi obtida essa paz social e a TAP precisa dessa paz social”, garantiu o ministro, recordando a fase de “grande crescimento” da empresa, que “precisa de mobilizar os seus recursos humanos e, felizmente, eles estão disponíveis”.
“Mas a paz social alcançada há de favorecer a estabilização da situação da empresa e dos voos”, disse.
Aos deputados, Pedro Marques começou por recordar os “muitos cancelamentos na Europa que decorreram de situações laborais de outros países”, as “condições climatéricas muito adversas” e a “situação do ponto de vista da paz social da empresa, que felizmente foi ultrapassada, recentemente, nomeadamente, com um acordo com o sindicato dos pilotos”.
Referindo informações recebidas, o ministro avançou as perspetivas para a Comissão Executiva poder conseguir paz social também com o sindicato dos tripulantes.
No passado dia 26 foi acordado que os salários dos pilotos da TAP vão aumentar 5% este ano e no próximo, 3% em 2020 e 1% em 2021 e 2022, num total de 15% em cinco anos, mais a correção da inflação estimada em 9,4%.
De acordo com a proposta de atualização salarial que foi aprovada pelos pilotos, a que a Lusa teve acesso, os valores de atualização salarial acordados entre a transportadora e a direção do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) são: 5,0% em 2018, 5,0% em 2019, 3,0% em 2020, 1,0% em 2021, 1,0% em 2022, num total de 15,0%.
Este aumento não contempla ainda a correção do Índice de Preços no Consumidor (IPC) no período, de 1,4% em 2018, e de 2,0% nos quatro anos seguintes, num total de 9,4%, referindo-se que "os valores da inflação para o período de 2019 a 2022 são estimados" e que "será aplicável o valor real, independentemente do seu valor, desde que positivo".
Na prática, este ano os salários dos pilotos da companhia aérea vão ter já este ano um acréscimo de 6,4%.
O consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, detém 45% do Grupo TAP (TAP SGPS), o Estado através da Parpública 50% e os restantes 5% estão nas mãos dos trabalhadores.
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