“É ver como o novo Governo PSD/CDS procura já justificações para não concretizar plenamente as promessas que foi fazendo a vários setores dos trabalhadores. Aí está, a desfazer ilusões que foi espalhando por entre aqueles que, justamente, exigiram mudança”, considerou hoje Paulo Raimundo num comício em Matosinhos, no distrito do Porto.
Segundo o líder comunista, “a mudança e a resolução dos seus problemas não virá pela mão deste Governo do PSD/CDS”, de quem a única resposta possível de obter é “a resposta do retrocesso, do andar para trás, inspirada nos anos da Troika”.
“Esses anos em que eles, com punho de ferro, destruíram e deram cabo das nossas vidas. É isto que os motiva, é isto que os inspira, é só isso que podemos esperar desta gente”, exclamou Paulo Raimundo.
Perante um pavilhão lotado na Escola Secundária Gonçalves Zarco, em Matosinhos, o secretário-geral do PCP vincou que “para lá da propaganda, do folhetim, das horas de telejornal, das páginas nos jornais, a realidade é esta”.
“Este Governo promove ainda mais injustiça fiscal, baixando, isso sim, os impostos a quem mais tem, aos grupos económicos e àqueles que mais recebem”, fazendo-o “persistindo na propaganda”.
Paulo Raimundo acusou ainda o Governo liderado por Luís Montenegro de “escancarar as portas dos cuidados de saúde àqueles que fazem da doença um negócio”.
“Muito obrigado, para isso não queremos”, vincou.
O secretário-geral comunista abordou ainda “o drama e o problema da habitação”, acusando o executivo de “proteger a banca, os fundos imobiliários e, como se não bastasse, ir mais longe na liberalização de um setor que é um dos mais liberalizados” e “cujos resultados estão bem à vista”.
Num comício com um enquadramento europeu, intitulado “Por uma Europa de paz, progresso e cooperação”, e que contou com depoimentos de representantes de partidos da família política europeia do PCP, o secretário-geral vincou que as políticas do Governo PSD/CDS “em nada infringem as regras da União Europeia”.
“Bem pelo contrário, esta é a verdadeira política incentivada por Bruxelas”, acusou, concluindo que “são antagónicos e incompatíveis os interesses dos trabalhadores e dos povos com os interesses dos grupos económicos, monopolistas e das multinacionais”.
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