“Como sempre dissemos, o que o SEF precisava era de mais efetivos e não de acabar”, defendeu o líder comunista, criticando o Governo pelo “retalho das suas [do SEF] competências para a PSP e para a GNR, e a passagem de todos os inspetores para a Polícia Judiciária [PJ]”.
Paulo Raimundo asseverou que o PCP nada tem “contra” a passagem dos inspetores para a PJ, mas “importa verificar como tudo se vai articular, porque não basta anunciar que vão todos para a PJ e depois logo se vê”.
O responsável do PCP observou ainda que “o Governo anunciou o papel que cabe à PSP e à GNR, mas ignorou […] a Polícia Marítima”.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, advertiu ainda que "as forças de segurança não devem ser instrumentalizadas para limitar as lutas dos trabalhadores ou das populações", depois de auscultar profissionais do setor numa audição pública, no Porto.
“O PCP entende que as forças de segurança não devem ser instrumentalizadas para limitar as lutas dos trabalhadores ou das populações”, disse Paulo Raimundo no final de uma audição pública aos profissionais das forças e serviços de segurança, que decorreu no Salão da Junta de Freguesia de Massarelos, no Porto.
De acordo com o secretário-geral comunista, que iniciou funções em novembro do ano passado, o PCP tem “levantado a necessidade de aprofundamento dos critérios de seleção e do reforço de medidas viradas para a formação e enquadramento operacional”.
“Medidas que reforcem as capacitações de cada operacional e previnam o desenvolvimento de conceções violadoras dos valores e princípios constitucionais por parte de quem tem a missão e dá a cara pela defesa da legalidade democrática”, apontou.
Para Paulo Raimundo, “é também uma responsabilidade da formação, de cada um dos homens e mulheres que envergam as fardas, que dão também a cara, e que devem ser o garante da Constituição que defendem e juram defender”.
Paulo Raimundo apontou ainda à “incapacidade de resolver problemas estruturais, de dar condições aos profissionais, e de pensar de forma integrada as questões da segurança”.
“O recente anúncio do encerramento de esquadras e da abertura de esquadras móveis, superesquadras e postos de atendimento em juntas de freguesia, numa tentativa de vender aquilo que é velho e está mais que experimentado e que não resultou, é só mais um exemplo destas medidas avulsas e de fuga para a frente”, afirmou.
No restante da sua intervenção, o secretário-geral que sucedeu a Jerónimo de Sousa alertou para questões como a atratividade e estagnação das carreiras no setor, a prevenção do suicídio, o envelhecimento das forças de segurança e as condições para as mulheres.
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