João Oliveira, líder da bancada do PCP, fez a intervenção em nome dos comunistas no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no parlamento, e alertou para o facto de os “baixos salários” continuarem a ser “uma das principais causas de pobreza” e de desigualdades em Portugal, o que justificava a reivindicação de um aumento dos salários, tanto no setor público como privado.
João Oliveira insistiu ainda no aumento do salário mínimo para 650 euros, já em 2019.
António Costa não deu uma resposta direta a esta reivindicação, optando por fazer um elogio “à solução governativa” com os partidos à esquerda e apresentar algumas contas.
Segundo António Costa, nos últimos anos o salário médio subiu 4,2% o que, “sem tomar a outras medidas” e com o descongelamento das carreiras na função pública, vai significar um “aumento do salário médio de 2,9%” em 2019.
Sem entrar em grandes pormenores, o primeiro-ministro afirmou ainda que, pelo que sabe, a "apreciação conjunta" do Orçamento do Estado para 2019 "tem decorrido num bom espírito".
"Sem querer ser irritante, não deixo de ser otimista e acho que vamos ter um bom Orçamento do Estado", disse António Costa, com um sorriso.
A intervenção do PCP no debate quinzenal foi feita pelo líder parlamentar, na ausência do secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, por motivos pessoais.
Na réplica, João Oliveira enumerou a necessidade de mais investimento público em diversas áreas, nos serviços públicos, na saúde, nos transportes ou na educação, com a proposta de manuais gratuitos para toda a escolaridade obrigatório.
E depois de ter ouvido o deputado comunista dizer ser necessário “romper com as políticas de direita”, António Costa, com um sorriso, deu-lhe um conselho.
“Tenha confiança em si, homem!”, pediu, afirmando que Governo e comunistas “ainda têm muito caminho” a percorrer.
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