Numa intervenção a finalizar o debate sobre o estuário do rio Douro, Vladimiro Vale, da comissão política do Comité Central do PCP, enfatizou ser preciso criar “instituições próprias” para se poder olhar para o Douro enquanto bacia hidrográfica.

Na mesma intervenção, criticou também o processo que deu origem à formação da Agência Portuguesa do Ambiente “a partir de estruturas que tinham conhecimento e experiência” no tratamento da água.

Ressalvando não ser indiferente para os comunistas “a natureza de quem gere as barragens ou o objetivo maior da sua gestão”, Vladimiro Vale sustentou estarem todas elas “sob gestão privada ou de direito privado, com o foco no lucro, assim evitando que o estuário do Douro possa ser utilizado para o lazer ou com fins altruístas”.

“Se há pressão para atribuir competências várias às autarquias, no caso da água acontece o inverso, privatizando-a”, acusou o dirigente comunista.

Convidado para falar sobre o estuário do Douro, o investigador e professor universitário Bordalo e Sá manifestou-se sobre os efeitos dos “esgotos não tratados” que são encaminhados para o rio.

Segundo o académico, à ponte da Arrábida a água tem classificação de “péssima”, junto à ponte do Freixo de “muito má” e acima a classificação é de “má”.

O ambientalista Paulo Silva, do Movimento de Defesa do Rio Tinto, centrou a sua intervenção nas estações de tratamento de águas residuais, revelando que a água que sai destas “não é própria para descarregar no estuário” do Douro.

“Para voltarmos a ter água com qualidade para banhos vamos ter de passar acima da lei”, avisou o ambientalista, criticando a “ligeireza” com que as câmaras de Vila Nova de Gaia e de Gondomar permitem, “ano após ano, que a população se banhe nas praias do Areinho e de Zebreiros, respetivamente”.

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