“O PS anda mal se não reconhecer o direito à contratação coletiva. Isto não é uma teimosia, é uma luta histórica, é uma conquista histórica dos trabalhadores portugueses. Creio que este Governo, no quadro da nova solução política, devia levar a sério e afastar esses constrangimentos que atualmente existem sobre a contratação coletiva”, afirmou Jerónimo de Sousa aos jornalistas.

À passagem da manifestação da CGTP-IN, em Lisboa, pela frente do Centro de Trabalho Vitória, do PCP, na avenida da Liberdade, o líder comunista defendeu que “o Governo tem de dar resposta à questão da contratação coletiva, à questão dos salários, da precariedade” e argumentou que “não se está aqui a inventar nada de radical, nada de avançadíssimo”.

Dirigindo-se ao ministro das Finanças, Mário, Centeno, pediu “algum tento”.

“Nesses apelos à calma, a ideia de que não pode haver pressas, questionava o senhor ministro das Finanças lembrando-o que os trabalhadores da administração pública, por exemplo, estão há dez anos sem receber um cêntimo de aumento salarial, para além da questão das carreiras. Se isto é ter pressa, enfim, tenhamos algum tento”, afirmou.

“Nós valorizamos muito os avanços alcançados neste novo quadro da nova vida política nacional, mas começar a pensar em parar ou retardar não é um bom caminho, porque leva a desilusões, leva a protesto, naturalmente, leva à luta”, sustentou.

Sobre a contratação coletiva, Jerónimo de Sousa insistiu que “é profundamente justo que os trabalhadores reconquistem o direito à contratação coletiva, sem constrangimentos”.

“Com mil diabos, antes do 25 de Abril já negociava o contrato coletivo dos metalúrgicos. Foi conquistado a pulso, a Constituição acabou por reconhecer”, declarou.

O secretário-geral do PCP manifestou, com a sua presença, solidariedade com a luta da CGTP-IN, lembrando que acolherá “o sentimento” da central sindical e dos trabalhadores em iniciativas legislativas de “combate à precariedade, de valorização dos direitos dos trabalhadores” que o PCP leva a plenário da Assembleia da República no próximo dia 12 de junho.

Sobre a eventual convocação de uma greve geral, Jerónimo de Sousa remeteu as decisões das formas de luta para “os trabalhadores e as suas organizações”.

A CGTP convocou para hoje duas manifestações, em Lisboa e no Porto, para exigir ao Governo que valorize o trabalho, desde logo com melhorias de salários e revogação da legislação laboral aprovada durante o resgate financeiro.

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