Em declarações após reuniões com o Conselho de Administração do HSJ e com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, o deputado comunista avançou com uma certeza relativamente à obra que há cerca de dois meses espera para arrancar.
"Das reuniões que tivemos ficou claro que não há nenhum entrave ao início da realização da obra por parte das entidades com quem reunimos", disse.
E prosseguiu: "portanto, as declarações do ministro da Saúde, no final da comissão, a dizer que a obra na ala pediátrica no São João não avançava porque faltavam esclarecimentos da parte do Conselho de Administração do Hospital S. João não tem qualquer cabimento".
Acompanhado pela também deputada Diana Ferreira e por Diana Couto, da Direção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, o político criticou as opções do governo socialista: "a única coisa que falta é a decisão política por parte do Ministério da Saúde, nomeadamente, do Ministério das Finanças, que parece estar mais preocupado com o défice e os critérios da União Europeia do que construir a ala pediátrica".
"Comprometer esta obra em função de critérios que só podem ter a ver com o nível do défice do nosso país para fazer boa figura na União Europeia (EU) é para nós inaceitável", vincou Jorge Machado.
Lembrando estar o valor da obra orçamentado e "depositados em conta os 19,8 milhões de euros dos 23,8 ME que estão estimados", Jorge Machado reforçou estar-se a atrasar "uma obra que é fundamental para as crianças do distrito do Porto e de toda a Região Norte que tem problemas gravíssimos de saúde e que são atendidas em contentores para satisfazer critérios da UE".
"O Governo tem dito tudo e o seu contrário relativamente a esta matéria. Há um problema de decisão política que falta e não deixaremos de pressionar o Governo para que tome a decisão política", assegurou o deputado do PCP.
A ameaça de demissão feita pelo presidente do Conselho de Administração do HSJ, António Silva Oliveira, foi assunto "não abordado" na reunião com os deputados, mas com Jorge Machado a manifestar ter ficado "claro um grande descontentamento por parte de todo o CA relativamente à forma como o Governo está a lidar com este processo".
"O que nos foi dito é que todos os esclarecimentos que foram solicitados foram dados com a maior rapidez possível. Poderão haver questões técnicas por resolver, mas isso não atrapalha o início do processo de construção", garantiu.
Questionado sobre se o PCP iria, neste quadro, pedir a demissão do ministro da Saúde, Jorge Machado respondeu: "se isso resolvesse algum problema, não teríamos problema nenhum em fazê-lo. O problema é que as demissões de A ou B não resolvem as alterações de política que são necessárias".
"O que é preciso é conversa e discutir, até porque o problema reside mais no Ministério das Finanças que no da Saúde que, pelos vistos, não risca muito relativamente a esta matéria", concluiu.
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