Pedro Dias falou hoje pela primeira vez no processo, perante um coletivo de juízes do Tribunal da Guarda.
O principal suspeito dos crimes de Aguiar da Beira diz que foi agredido pelo militar da GNR Carlos Caetano, que assume ter matado.
"Levei mais um murro e pontapés. Já estou caído e levo mais uma joelhada e pensei tenho de parar aqui. Puxei da minha arma. E viro-me para trás e atirei", confessou Pedro Dias, citado pelo Correio da Manhã. "O meu objetivo era assustar com a arma, mas a arma disparou. O meu objetivo não era matar".
Adiantou ainda o suspeito que "só queria sair dali", e que foi por isso que mandou o militar da GNR que sobreviveu, António Ferreira, entrar no carro patrulha. "Andei com o guarda Ferreira no carro durante muito tempo sem direção", conta.
O relato prossegue com Pedro Dias a alegar em tribunal que foi o GNR António Ferreira quem matou o casal Luís e Liliane Pinto.
Após este momento, conta, retomou o controlo da situação, conduziu para um lugar isolado e mandou o GNR algemar-se a um pinheiro. Nova agressão, um tiro. "Ele atirou-se a mim e eu disparei. (...) Achei que o tinha matado", continuou.
Pedro Dias está a ser julgado pela prática de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, três crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada, três crimes de sequestro, crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro, bem como de detenção, uso e porte de armas proibidas.
O julgamento de Pedro Dias começou a 03 de novembro, no Tribunal da Guarda. Nesse dia, o arguido optou por não prestar declarações, mas os advogados que o representam garantiram que o viria a fazer, o que aconteceu hoje.
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