"Tem de haver um projeto-piloto para a reorganização da floresta, que eu sempre ouvi falar e nunca se fez nada. Os inquéritos que o Governo, Presidente da República e Assembleia da República pediram pouco me interessam", disse o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que falava aos jornalistas antes da missa que se realizou hoje de manhã naquela vila.

Para o autarca, mais importante que os "espetáculos de realização de inquéritos", é a "rápida reconstrução das habitações das pessoas, o apoio psicológico", bem como a ajuda logística e financeira para se "reerguer a floresta, mas com organização".

"É aproveitar isto", realçou, considerando que "está na altura" de ser ordenar a floresta.

Durante as declarações, lançou ainda uma mensagem de "força e de coragem" para as gentes de Figueiró dos Vinhos, de Castanheira de Pera e do seu concelho, que "a bonança está a chegar".

"Vamos tratar disso e, com o projeto do Governo, isto vai para a frente", frisou Valdemar Alves.

Também o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Carlos David, referiu que "é um momento pesado", mas que agora se procuram dar os primeiros passos para o regresso à normalidade.

"É limpar as cinzas, não esquecer as mágoas e olhar para a frente, para um futuro que faça renascer Pedrógão Grande", afirmou Carlos David.

O incêndio que deflagrou há uma semana, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto no sábado.

O fogo atingiu também os concelhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, e chegou aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.