Mais de um mês após a tragédia de Pedrógão Grande que vitimou 64 pessoas, o semanário Expresso escreve sobre a possibilidade de existir, pelo menos, mais um morto. A 65ª vítima será uma mulher de 71 anos que terá sido atropelada perto de sua casa enquanto tentava fugir do fogo em direção às suas vizinhas.
No entanto, o nome não consta na lista oficial porque, segundo o Expresso (acesso restrito a assinantes), nesta só "figuram as vítimas diretas, por queimaduras ou inalação de fumo".
A história foi contada ao semanário pela própria filha da vítima, que relata que a mãe levava "uma lanterna, o telemóvel e o dinheiro que tinha em casa", tendo sido encontrada na estrada "com a cabeça e o braço partido". A GNR já terá identificado o autor do atropelamento.
O Expresso relata igualmente que nas localidades afectadas pelos incêndios, circulam listas informais com diferentes números de mortos e com nomes repetidos. No entanto, o semanário publica a lista oficial, com as circunstâncias e identificação das 64 vítimas.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236.1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta.
A área destruída por estes incêndios na região Centro corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
Comentários