“É uma tragédia que temo que se repita”, disse à Lusa Ana Paula Neves, que se mostrou preocupada com a situação da vila, isolada há várias horas e sem qualquer tipo de comunicações ativas.
“Estamos aqui sozinhos e está a arder tudo”, desabafou, visivelmente emocionada, com críticas à atuação dos bombeiros.
“Estamos isolados e desapoiados”, disse, salientando que, durante o dia, não viu qualquer meio aéreo a operar naquele concelho do distrito de Leiria.
O presidente da direção dos Bombeiros de Castanheira de Pera concorda e vai mais longe: “se não fossem os castanheirenses ainda sobrava menos”, disse Baltazar Lopes, responsável de uma corporação que conta com 65 voluntários num dos concelhos mais pequenos do país.
“Mas não interessa os meios, o fogo como estava não dava para aguentar”, disse.
Durante a tarde, os moradores nas aldeias do Torgal, Vilar e Fontosa foram retirados das suas habitações e estão a ser acolhidos em instalações da misericórdia local, explicou a vice-presidente da Câmara.
Na vila, antigo centro fabril da indústria dos lanifícios, viam-se poucas pessoas nas ruas.
“Estamos todos a ver o que isto vai dar. Quem tem família nas aldeias foi lá buscá-las para a cidade e os outros ficam aqui a ver o que está a dar”, explicou.
O quartel dos bombeiros é o local com mais movimento, chegando dezenas de paletes com alimentos e estão na área vários curiosos e moradores da zona.
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