O alastrar das chamas, que começaram no sábado naqueles dois concelhos, levaram hoje à evacuação de 13 aldeias na zona este de Pedrógão Grande e 27 povoações de Góis, onde foi ativado hoje o Plano Municipal de Emergência e estão mobilizados cerca de mil operacionais.
Durante a tarde, a Autoridade Nacional de Proteção Civil anunciava a queda de um avião Canadair de combate aos incêndios, que operava no fogo de Pedrógão Grande, mas horas depois o comandante operacional da Proteção Civil, Vaz Pinto, negou que tivesse caído qualquer aeronave nas operações de combate.
Fonte do Ministério da Administração Interna disse hoje à agência Lusa que os meios de combate previstos para o período mais crítico em incêndios florestais, que devia começar a 01 de julho, já estão todos no terreno.
No combate às chamas, em particular no incêndio de Góis, estão ainda cerca de 180 bombeiros espanhóis e o Governo solicitou ainda apoio aéreo de Marrocos.
No terreno, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apelou ainda aos cidadãos a quem as autoridades pediram para abandonar as suas casas para "seguirem as indicações", porque tal é fundamental para assegurar a sua segurança.
Hoje ao final da tarde realizaram-se os primeiros funerais de seis das 64 vítimas mortais do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, Leiria, enquanto o Instituto Nacional de Medicina Legal ainda realiza autópsias das restantes vítimas.
Isto no dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e visitou vários feridos resultantes do incêndio de Pedrógão Grande.
O elevado número de vítimas neste incêndio levou o primeiro-ministro, António Costa, a pedir um esclarecimento urgente sobre o funcionamento da Rede Nacional de Emergência e Segurança (SIRESP) e sobre os motivos da ausência de encerramento da estrada estrada nacional 236-I, onde ocorreu um elevado número de mortes.
O PSD pediu a constituição de uma comissão técnica independente para apurar com detalhe o que se passou no incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, que provocou pelo menos 64 mortos e 150 feridos e consumiu mais de 26 mil hectares.
Em entrevista hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, prometeu que o concelho vai "renascer das cinzas" depois do incêndio que atingiu a região, considerando que esta deve ser uma "oportunidade" para reconstruir o território.
Na quarta-feira, a Assembleia da República realiza uma sessão solene para manifestar pesar pelo falecimento das vítimas dos incêndios e apoio aos que combatem os fogos.
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