"A UMVI tem obrigado todos os ministérios, no âmbito das políticas que pretendem implementar, a pensá-las também numa ótica do Interior e de como é que podemos valorizar o Interior", afirmou em entrevista à agência Lusa João Paulo Catarino.
Este responsável sublinha que a UMVI colocou na agenda de todos os ministros a questão de valorizar o Interior e como é que o podem fazer, discriminando positivamente este território.
"Isso tem existido neste Governo, coisa que não existiu nos outros. Julgo que isso é extremamente positivo", disse.
O coordenador da UMVI recorda que o país viveu 40 anos de políticas "claramente prejudiciais ao Interior.
"Era a centralidade que ainda hoje existe na cabeça de muitas pessoas, que olham exclusivamente o país para a área metropolitana de Lisboa e Porto, esquecendo o resto. Obviamente que tudo o que façamos agora, mesmo que bem feito e no caminho certo, levará muito tempo a produzir resultados e a inverter esta tendência que é hoje reconhecida por todos", sustenta.
Mais do que uma questão simbólica, João Paulo Catarino entende que foi "bastante importante para a região" a transferência da UMVI de Lisboa para Pedrógão Grande, pelo acompanhamento que tem feito no pós-incêndio.
"Esta necessidade de ter aqui uma coordenação interministerial de todas as áreas do Governo foi muito importante", sublinhou.
Além disso, realça que é a partir de Pedrógão Grande que está a ser construído o programa de revitalização para o Pinhal Interior.
"Esse programa foi aprovado em Conselho de Ministros. Estamos a aguardar a sua publicação em Diário da República. É um programa que se iniciará em janeiro de 2018. Aliás, algumas dessas medidas já se iniciaram, como o cadastro simplificado, mas o seu grosso inicia-se em 2018 e tem uma vigência por quatro anos, até 2022", explicou.
O responsável da UMVI adianta que este é um programa efetivamente de revitalização do Pinhal Interior, pensado numa lógica dos 19 municípios que integram as ex-NUTS do Pinhal Interior Sul e Pinhal Interior Norte.
"E é também com esse objetivo, o de estar mais perto da implementação deste programa, que a UMVI está aqui [Pedrógão grande], não perdendo, obviamente, a sua dimensão nacional no âmbito da valorização do Interior", concluiu.
Segundo João Paulo Catarino, esta UMVI teve, acima de tudo, uma virtude: não foi criada em consequência dos incêndios.
"Faz parte da lei orgânica do Governo. Isso prova que o primeiro-ministro tinha esta preocupação e este problema identificado quando constituiu o Governo há dois anos", sustentou.
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