Quatro equipamentos de diversão certificados ficaram destruídos, assim como seis armazéns, quatro semirreboques e várias peças de logística, como peças suplentes, lâmpadas, luzes ou letreiros, disse à agência Lusa o presidente da APED, Luís Paulo Fernandes, recordando a ligação do setor ao concelho, que é às vezes apelidado de “capital dos carrosséis".

Segundo Luís Paulo Fernandes, das 20 empresas afetadas, "seis a oito" viram material ou armazéns serem destruídos, enquanto as restantes são afetadas "indiretamente".

Para combater a sazonalidade do setor, que tem o pico de trabalho entre maio e setembro face à realização de feiras populares, os empresários tinham como hábito vender "eucaliptos e pinheiros", produzir azeite, batatas e outros produtos agrícolas.

"A venda dos eucaliptos e do azeite é o que nos tem sustentado nestes anos em que temos o IVA no máximo. Agora, ficámos sem essa parte. Estamos mesmo desgraçados", sublinhou Luís Paulo Fernandes, vincando que a maioria dos terrenos que exploravam foram consumidos pelas chamas.

"Dependíamos também dessa economia do consumo e perdemos tudo", frisou, referindo que o levantamento dos danos dos empresários deste setor ainda não está completamente apurado, visto que muitos foram apanhados em trabalho em feiras no norte do país.

Dois grandes incêndios, que provocaram a morte a 64 pessoas e ferimentos a mais de 200, deflagraram no dia 17 na região Centro e mobilizaram mais de dois milhares de operacionais.

Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram cerca de 53 mil hectares de floresta e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.

O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.

O incêndio que teve início no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, atingiu também Arganil e Pampilhosa da Serra, sem fazer vítimas mortais. Foi extinto hoje, às 13:00.