Muitos países da Europa e de outras zonas especialmente afetadas pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, informaram que mais de 10% dos seus afetados são trabalhadores do setor da saúde, com Espanha a divulgar a taxa mais alta, 19%.

A organização sublinha que a comparação entre países é difícil devido a diferentes formas de contabilizar as infeções.

Howard Catton, da direção do ICN, disse que Espanha apenas divulgou a morte de três enfermeiros e enfermeiras devido à pandemia, enquanto países com taxas mais baixas do que a espanhola, como os Estados Unidos, Reino Unido ou Brasil, indicaram números mais elevados de vítimas.

“A grande diferença nos números indica que era útil ter informação mais completa, para compreender os riscos”, disse Catton numa conferência de imprensa.

Segundo o responsável do ICN, pelo menos 260 trabalhadores de enfermagem morreram no mundo, outro número oficial que seguramente será apenas uma pequena parte do número real de vítimas mortais.

Melhores dados “podiam salvar vidas de enfermeiros e de outros trabalhadores da saúde”, mas também melhorar a segurança da população em geral, permitindo entender melhor a expansão do coronavírus, sublinhou.

Na última terça-feira assinalou-se o Dia Internacional do Enfermeiro, uma oportunidade para a profissão reivindicar o seu papel na atual pandemia e recordar que o mundo precisa de pelo menos mais seis milhões de enfermeiros.

Howard Catton disse temer que muitos países desenvolvidos tentem colmatar o défice contratando profissionais de países em desenvolvimento, já que atualmente países como a Índia ou as Filipinas já são fornecedores importantes de enfermeiros nos hospitais da Europa e da América do Norte.

Nos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) cerca de 16% dos enfermeiros já são oriundos de outros países.

Em Portugal, resultados de testes sorológicos feitos a enfermeiros e assistentes em dois hospitais, Santo António (Porto) e Santa Maria (Lisboa), hoje divulgados, indicam que o número de infetados entre aqueles profissionais é 10 vezes superior ao que se julgava.

O rastreio serológico foi feito a 657 profissionais, 206 enfermeiros e 141 assistentes no Hospital de Santo António, e 184 enfermeiros e 126 assistentes no Hospital de Santa Maria.

Os resultados divulgados pela Fundação Champalimaud e pela Ordem dos Enfermeiros mostraram que no Porto 8,4% dos profissionais foram infetados, mas na maioria assintomáticos e sem nunca antes terem sido identificados com a covid-19. Em Lisboa a percentagem foi de 6,5%.

O novo coronavírus, que provoca a covid-19, já provocou mais de 297 mil mortes e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas, segundo um balanço da AFP.

Em Portugal morreram 1.184 pessoas das 28.319 confirmadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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