Em declarações à Lusa, pelas 13:00, o tenente-coronel Adriano Resende, do Subdestacamento da GNR da Maia, explicou que foram efetuadas, até ao momento, buscas nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Porto e Gondomar.
Os detidos, disse, têm idades entre os 25 e os 85 anos.
“Até agora, e ainda vai decorrer mais uma busca (…), foram apreendidas 29 munições, um quilo de ouro, haxixe, três veículos, 20 mil euros em dinheiro vivo, 50 euros em notas falsas, uma quantidade por especificar de peças de roupa, alimentos (carne, bacalhau, presunto e camarão), bijuteria, relógios de marca e equipamento informático”, enumerou.
Da operação, que envolveu mais 300 operacionais e pelas 13:00 ainda decorria, já resultaram 29 pessoas constituídas arguidas, entre as quais 15 detidos, sendo que dois deles foram detidos em flagrante delito por posse de droga, posse ilegal de arma e notas falsas.
Segundo explicou à Lusa o operacional ao início da manhã, os envolvidos fariam parte de uma rede criminosa que se dedicava a furtos a residências e a estabelecimentos comerciais em todo o país.
No total, são conhecidos até agora 57 furtos a residências e 94 a estabelecimentos comerciais, disse o responsável.
No terreno estão operacionais da GNR de vários comandos territoriais e da unidade de intervenção da Guarda, da PSP, incluindo agentes da Unidade Especial de Polícia, da Autoridade Tributária, da ASAE e da CPCJ, porque em alguns alvos “existem crianças e poderá haver necessidade de prestar um apoio adequado”.
“Cremos que esta operação é o primeiro embate para levar à justiça quem merece e também pode ser uma forma de ouvir outros lesados, que ainda não manifestaram a intenção de requerer procedimento criminal contra os autores dos furtos”, considerou o responsável pela investigação.
“Apesar deste número enorme de furtos já efetuados, haverá outros mais que ainda não são conhecidos do processo e que podem agora vir a ser conhecidos”, sublinhou.
Segundo disse à Lusa, esta investigação tem cerca de um ano, tendo começado em Viseu, com três furtos em residências, mas no decorrer da mesma foi possível conhecer a sua dimensão nacional.
“Estamos a falar de um grupo de cerca de 30 pessoas com ligações familiares e entre famílias que sinalizam as residências, aquelas que são mais isoladas, rondam-nas e quando se apercebem que têm oportunidade de entrar acabam por fazer o furto e retirar tudo o que é de valor e fácil de dissimular e transportar, nomeadamente ouro e dinheiro”, relatou.
Nos estabelecimentos comerciais, os suspeitos, de uma forma dissimulada, no corpo ou através de sacos com proteção para não ser detetado nos alarmes, furtavam bens em lojas de roupa, de desporto, por exemplo, roupas com valor”, explicou o tenente-coronel Resende.
Depois, estes bens eram introduzidos no mercado, “através de vendas ‘online’ e através de estabelecimentos próprios para o assunto”.
“Chegaram a furtar também alimentação, e estou a falar em artigos como picanha, bacalhau, salmão, camarão, produtos com valor que depois eram introduzidos no mercado através de estabelecimentos de restauração”, acrescentou.
Comentários