Na noite de quarta-feira foram atacadas duas bases militares nos distritos de Naushki e Panjgur, no Baluchistão, uma província fronteiriça ao Irão e ao Afeganistão.
Pelo menos quatro soldados e 15 militantes separatistas foram mortos neste duplo ataque, anunciou em comunicado o ministro do Interior, Sheikh Rashid Ahmed, assegurando que os assaltantes foram repelidos e referindo-se a uma “grande vitória” do exército na sua luta contra o terrorismo.
No entanto, o grupo separatista Exército de libertação do Baluchistão (BLA), que reivindicou a operação em comunicado publicado no serviço de mensagens Telegram, afirmou ter matado dezenas de soldados e ainda ocupar parcialmente as duas bases.
“Uma larga parte das bases militares de Panjgur e Naushki estão ainda sob o controlo” do BLA, assegurou o grupo. “Os mártires baluches mataram até ao momento mais de 100 membros das forças de ocupação e destruíram o interior do campo”, adiantou, segundo a agência France-Presse.
Os separatistas do BLA exageram com frequência o balanço dos seus ataques, mas os serviços de comunicação do exército paquistanês também têm tendência a minimizar as perdas ou a confirmá-las com atraso.
O Baluchistão, a maior, menos povoada e mais pobre província do Paquistão, regista frequentes ações armadas étnicas, sectárias e separatistas.
O território é rico em hidrocarbonetos e minerais, mas a sua população, cerca de 12 milhões de habitantes, queixa-se de ser marginalizada e espoliada dos seus recursos naturais.
A província regista desde há décadas uma rebelião separatista, onde também atuam grupos ‘jihadistas’.
Nas últimas semanas, os grupos separatistas baluches acentuaram os seus ataques. No final de janeiro, segundo o exército, dez soldados paquistaneses foram mortos no ataque a um posto de controlo no distrito de Kech, reivindicado pelo BLA.
Uma semana antes, um outro grupo separatista, o Exército Nacionalista Baluche (BNA) tinha efetuado um atentado bombista que provocou três mortos em Lahore (leste), a segunda maior cidade do país.
As tensões no Baluchistão agravaram-se devido à instalação de importantes estaleiros para a construção do Corredor económico China-Paquistão. Estes projetos chineses suscitaram forte ressentimento entre a população local, que receia não usufruir de qualquer benefício.
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