O balanço anterior, realizado no sábado pelo Ministério de Situações de Emergência cazaque, indicava que 32 pessoas haviam morrido no acidente e que 14 continuavam desaparecidos.

De acordo com as autoridades locais, havia 252 trabalhadores na mina de carvão, que se localiza perto de Karaganda, no centro do Cazaquistão, na altura do acidente, causado por um incêndio, devido a uma explosão de metano.

Os demais mineiros foram retirados da mina, operada pela ArcelorMittal.

Também no sábado, a multinacional do aço confirmou a assinatura de um “acordo preliminar” com o Cazaquistão para transferir para o Estado cazaque a sua subsidiária local, depois do acidente na mina Kostenko.

“A ArcelorMittal pode confirmar que as duas partes (…) assinaram recentemente um acordo preliminar para uma transação que transferirá a propriedade [da subsidiária] para a República do Cazaquistão”, indicou a empresa num comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).

A gigante mundial do aço detalhou estar empenhada em “finalizar essa transação o mais rápido possível”.

Na sequência do acidente, o Governo do Cazaquistão anunciou que pretendia “recuperar o controlo” da subsidiária local da ArcelorMittal, após um novo acidente numa mina de carvão da gigante no setor siderúrgico mundial.

Uma nota governamental especificou que o Governo cazaque “não considera uma subsequente transferência da ArcelorMittal para outros investidores estrangeiros”.

Imediatamente após o anúncio da tragédia, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, ordenou, num comunicado de imprensa, “terminar a cooperação” com o grupo.

O líder cazaque deslocou-se ao local do acidente, segundo o gabinete presidencial, onde transmitiu as “mais profundas condolências” às famílias e amigos das vítimas e encarregou o Governo de lhes prestar toda a assistência necessária.

A subsidiária cazaque da ArcelorMittal, uma das líderes mundiais nos setores siderúrgico e mineiro, é regularmente acusada pelas autoridades de não respeitar as normas de segurança e ambientais.

O Cazaquistão, uma antiga república soviética e a maior economia da Ásia Central, é rico em petróleo, gás, urânio, manganês, ferro, cromo e carvão.

Os acidentes com minas são bastante comuns nos países da antiga União Soviética, devido ao estado de degradação das instalações e como ao não cumprimento de normas de segurança.