O Comando Operacional do Sul das forças armadas ucranianas disse, durante todo o dia de segunda-feira e durante a madrugada, as tropas russas dispararam pelos menos sete mísseis contra Odessa a partir da península da Crimeia, controlada desde 2014 pela Rússia.

Um dos mísseis “conseguiu penetrar num centro comercial e num armazém de produtos de consumo”, disse o exército ucraniano, numa publicação na rede social Facebook.

“O inimigo continua a atacar civis e infraestruturas civis” na cidade portuária junto ao Mar Negro, usando munições “obsoletas”, que datam ainda da era da União Soviética, refere a publicação.

O porta-voz da Sede de Operações da Administração Militar Regional de Odessa, Sergei Bratchuk, disse que, “já de noite”, as tropas russas atacaram novamente a região.

“O inimigo continua a lançar mísseis contra a cidade e a região, tentando destruir a infraestrutura. Agradecemos às forças de defesa aérea pelo seu trabalho de combate”, disse Bratchuk na plataforma Telegram.

Antes do ataque ao centro comercial e ao armazém, a autarquia de Odessa disse, também no Telegram, que a região tinha sido atingida por pelo menos quatro mísseis Onix, um dos mais modernos projéteis de alta precisão no arsenal das forças armadas russas.

Pelo menos dois feridos foram levados para o hospital e cinco edifícios turísticos ficaram destruídos.

Na segunda-feira, o Ministério da Defesa do Reino Unido referiu, no seu tradicional relatório diário sobre a ofensiva russa na Ucrânia, que a Rússia está a ser forçada a usar armas antigas, menos precisas e mais facilmente intercetadas.

Horas mais tarde, a Rússia negou hoje ter falta de mísseis guiados de precisão.

“Se se acreditasse em tudo o que dizem do outro lado, a Rússia deveria ter ficado sem mísseis em março. Por alguma razão, isso não aconteceu. As empresas de defesa estão a fornecer ao nosso exército o número necessário de mísseis”, garantiu o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov, em declarações à agência Interfax.

Borisov assegurou que “há mísseis guiados de precisão e munições modernas suficientes para cumprir todas as missões estabelecidas para as Forças Armadas russas”.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.