"Pés secos, pés molhados": uma saga que não terminou

Cerca de 20 cubanos que deixaram Havana numa embarcação precária, instalaram-se ontem num farol em frente às Flórida Keys, conjunto de ilhas ao longo do Estreito da Flórida. Onde permancem enquanto a Guarda Costeira americana avalia se estavam, ou não, em terra firme, no momento em que foram encontrados.

Depois de terem resistido a descer do farol de manhã, alguns dos 20 cubanos que vieram de Havana para a Flórida decidiram entregar-se às autoridades americanas que irão agora decidir se receberão ou não asilo. Como o farol onde se instalaram fica nas águas em frente às Flórida Keys, não está claro se os cubanos pisaram terra, ou se continuavam em mar aberto no momento de subir à torre. Isso faz toda a diferença na política de asilo que tem vindo a ser seguida pelos Estados Unidos: é o que separa a sua deportação para o país natal, ou a sua permanência em solo americano.

Segundo o noticiário local 7 News, da WSVN, a Guarda Costeira tem de determinar se o farol American Shoal,construído no final do século XIX, fica ou não em terra firme. A torre de pouco mais de 30 metros de altura está voltada para o Sugarloaf Key, 30 quilómetros a nordeste de Key West e 185 quilómetros em linha recta de Havana.

O governo dos Estados Unidos concede benefícios migratórios aos cubanos que conseguirem chegar a solo americano, mas deporta aqueles que forem interceptados no mar. Uma política que é conhecida como "pés secos, pés molhados".