“Não há orçamentos no papo, não há orçamentos aprovados à partida”, afirmou Heloísa Apolónia, deputada do PEV, no final de uma audiência no Palácio de Belém, em Lisboa, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o próximo ano. político até às eleições, incluindo o Orçamento do Estado de 2019.

Ainda sem conhecer o orçamento do Governo minoritário do PS, com quem o PEV assinou uma “posição conjunta” para viabilizar o executivo com o BE e o PCP, Heloísa Apolónia afirmou que os Verdes, “sendo sérios, não podem dizer se votam a favor ou contra” um documento que "não conhecem".

Agora, a deputada do PEV afirmou ser necessário fazer "um conjunto de negociações com o Governo" em que o partido fará propostas "para melhora a vida das pessoas".

"Estamos de boa fé", afirmou ainda.

Independentemente de algumas propostas do partido virem a ser acolhidas pelo executivo, o PEV fará as suas propostas no debate na especialidade, no parlamento, acrescentou.

E apresentou algumas propostas, mais ou menos genéricas, como o investimento publico nos transportes e na ferrovia, a aposta na educação e na cultura, “parente pobre das últimas governações”.

A deputada assinalou ainda os pontos de divergência com o Governo e o PS e criticou os socialistas pelos acordos firmados com o PSD sobre a descentralização para as autarquias ou os fundos comunitários.

O PEV foi o segundo, depois do PAN, a ser recebido pelo Presidente da República, que hoje começou a ouvir os partidos políticos com assento parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2019 e os pontos fundamentais do final da legislatura, que termina no próximo ano.

Hoje, durante a tarde, Marcelo Rebelo de Sousa irá receber em audiência ainda representantes do PCP e CDS-PP. Na terça-feira serão ouvidos BE, PS e PSD.

Na semana passada, à saída de uma sessão solene na Reitoria da Universidade de Lisboa, o chefe de Estado referiu que as reuniões com os sete partidos com representação parlamentar servirão para ouvir "o que pensam acerca do Orçamento do Estado" e de "pontos de política fundamentais neste fim de legislatura".

Sublinhando que os encontros não têm como motivo “nenhuma preocupação especial”, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que irá ouvir "o que pensam sobre a situação, nomeadamente, económica a nível mundial, o que pensam sobre as decisões da União Europeia a tomar nos próximos meses", remetendo para o início do ano a audição sobre a data das eleições legislativas.