Na sexta-feira, as direções do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) e do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) anunciaram o protesto, que junta “pela primeira vez na história da aviação nacional, pilotos, pessoal de cabine e técnicos de manutenção”.

“No dia 16 de agosto, às 08:30, com partida do Campo Pequeno e chegada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, iremos mais uma vez, abdicar de folgas, férias e dias livres, garantindo assim que nenhum passageiro é prejudicado por este nosso protesto”, lê-se no comunicado conjunto.

O objetivo, dizem, “é a melhoria contínua da qualidade do serviço que presta aos seus clientes e a sustentabilidade da própria empresa, mantendo os elevados padrões de segurança da operação pelos quais fomos sempre reconhecidos”.

“Os trabalhadores e os passageiros estão juntos quando viajam e estão juntos nesta luta pelo alinhamento entre as opções de gestão e aquilo que o país necessita da TAP”, dizem os três sindicatos, afirmando ainda que “os aviões [da TAP] não voam sem pilotos, sem pessoal de cabine e sem uma boa manutenção nem chegam a sair do chão”.

Na semana passada, o Sitema manifestou-se preocupado com “o rumo” da TAP, repudiando e lamentando “profundamente” a decisão da administração de recorrer a fornecedores externos onde trabalham técnicos despedidos pela operadora aérea.

Também o SPAC acusou a gestão da TAP de “desperdiçar” as receitas do verão com “milhões de erros” ao longo do ano, com a contratação externa de serviços.

Em comunicado, a direção do SPAC reiterou os alertas para os “milhões de erros” de gestão na TAP, “que desperdiçam as receitas geradas este verão, fruto de uma elevada atividade operacional, que comprometem a recuperação e o futuro da Empresa, bem como o esforço dos contribuintes portugueses”.

Já na semana anterior, o SNPVAC tinha anunciado um pedido de reunião urgente ao Governo, depois de a TAP ter contratado uma nova prestação de serviços externa (ACMI), segundo uma nota enviada aos associados.

Na mensagem a que a Lusa teve então acesso, o SNPVAC disse que foi informado de “que a TAP recorreu a mais uma prestação externa de serviço de outra companhia, denominada por ACMI” e que “pelos vistos virou moda”.

Entretanto, no sábado, a TAP afirmou à Lusa que, até à data atual, gastou menos em alugueres de aviões com todos os serviços incluídos do que em 2018 e 2019, contrariando acusações de sindicatos.

“Desde o início do ano e até à data atual, a TAP está gastar em ACMI [aluguer de aviões com tudo incluído – Aircraft, Crew, Maintenance e Insurance – avião, pessoal, manutenção e seguros] apenas 45% do que gastou em 2018 e 70% do que gastou em 2019, no mesmo período”, disse fonte da TAP à Lusa.