Apenas os partidos da AD (PSD e CDS-PP) manifestaram o seu apoio ao plano apresentado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, considerando que a proposta vai contribuir para aumentar a eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em Setúbal, numa visita ao Mercado do Livramento, o cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, disse ser “uma coincidência feliz” o Governo apresentar o plano de emergência para a saúde, num dia em que ouviu queixas sobre a falta de médicos de família.
“Não deixa de ser uma coincidência feliz que o Governo da AD apresente hoje o plano de emergência da saúde para que estas pessoas, que precisam tanto de respostas, finalmente as tenham”, afirmou Sebastião Bugalho aos jornalistas, durante a visita ao mercado.
Convicto de que o plano apresentado pelo Governo vai resolver os problemas do SNS, Bugalho disse não ter dúvidas: “Eu não acredito, tenho a certeza”.
Do lado das críticas, o líder do PS, Pedro Nuno Santos reduziu a iniciativa do Governo à apresentação de um ‘powerpoint’ que não acrescenta nada de novo: “é uma profunda desilusão”.
Em Palmela, distrito de Setúbal, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou o Governo de apresentar um plano de emergência que vai destruir o SNS e entregá-lo ao setor privado, prejudicando os utentes com “soluções esgotadas”.
O cabeça de lista da CDU, João Oliveira, criticou o plano de emergência considerando que denota uma “clara opção pela transformação do SNS numa espécie de agência para o negócio privado”.
Em declarações aos jornalistas após ter visitado o Museu Nacional Resistência e Liberdade, na fortaleza de Peniche, João Oliveira considerou que, no plano hoje apresentado, “há uma clara desconsideração por parte do Governo de questões que são absolutamente essenciais para que todos os cidadãos em Portugal tenham o mesmo acesso à saúde”.
Para a porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, que falava em Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, numa ação de campanha para as europeias, o receio é que o Governo deixe para os privados as soluções sobre os problemas do país na área da saúde.
Mais suave nas criticas, o cabeça de lista da IL, João Cotrim de Figueiredo, criticou a falta de ambição do plano, considerando que não vai "suficientemente longe" na redução das listas de espera e atribuição de mais médicos de família.
No final de uma visita a um 'stand' automóvel em Gondomar, no distrito do Porto, e sublinhando que este tema é de política nacional e não europeia, João Cotrim de Figueiredo afirmou, ainda assim, que as medidas apresentadas na saúde pela AD são "apenas medidas de emergência".
Neste terceiro dia de campanha, continuou viva a polémica iniciada terça-feira no debate que juntou na RTP os candidatos das formações com representação parlamentar.
O candidato da AD às europeias disse hoje, na visita que efetuou a Mercado do Livramento, aguardar um pedido de desculpas da sua adversária do PS, Marta Temido, por lhe ter chamado imaturo depois de Sebastião Bugalho ter considerado que a visita do presidente da Ucrânia era “um dia de festa”.
Nesse debate, o cabeça de lista da AD às europeias considerou que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal traduziu-se num "dia de festa", com Marta Temido a acusá-lo de denotar uma “brutal imaturidade” com essa afirmação.
“Lamento que a candidata Marta Temido tenha considerado uma imaturidade o momento em que eu disse que devíamos festejar o facto de Zelensky estar em Portugal, no dia em que o líder do seu partido disse que devíamos comemorar a vitoria ucraniana”, afirmou.
E acrescentou: “Como tenho a certeza que a dra. Marta Temido não queria chamar imaturo ao dr. Pedro Nuno Santos, continuo à espera de um pedido de desculpas dela”.
O líder do PS juntou-se à polémica e considerou que Sebastião Bugalho não deve vitimizar-se após atacar todos os opositores, enquanto a candidata socialista se escusou a pedir desculpas e a fazer um caso.
Para Pedro Nuno Santos, o candidato da AD “tem que se acostumar a aquilo que é o combate político”.
Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação é no dia 09.
Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.
Concorrem às eleições um total de 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.
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