O diretor-geral da Autoridade Marítima, Luís de Sousa Pereira, explicou à Lusa que o principal objetivo do protocolo firmado entre o organismo que lidera e a PSML “é aproveitar o espaço do farol, que tem uma série de potencialidades, para que possa haver mais serviços, que permitam melhorar o acesso dos visitantes”.
O documento estabelece a constituição de uma comissão de acompanhamento, pelas duas entidades, com a missão de, no prazo de seis meses, elaborar e aprovar um plano de gestão com ações que “visam propagar a aptidão do farol do Cabo da Roca enquanto espaço com capacidade para fruição pública pela visitação e lazer”.
“O objetivo é contribuir para a requalificação do espaço do Cabo da Roca, criar um instrumento adicional de atratividade da zona e ao mesmo tempo fazer uma maior divulgação da atividade dos faróis, dos faroleiros, da Autoridade Marítima e da Marinha”, salientou o secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello.
O governante, que assistiu à assinatura do protocolo, espera que a gestão conjunta do espaço o torne “mais interessante e atrativo, divulgando também a atividade dos faróis e dos faroleiros” e criando “condições para que as pessoas visitem o ponto mais ocidental da Europa continental”.
O plano, além da “análise do estado de conservação dos prédios constituintes do farol do Cabo da Roca”, deve avaliar potencialidades e custos de intervenções, identificar “entidades interessadas e potenciais parceiros”, programar a recuperação do farol “para a fruição por visitação” e a gestão e manutenção de instalações.
“Não iremos fazer nenhum investimento direto, porque o farol está a ser mantido dentro daquilo que são os meios da Direção de Faróis, com grande dedicação das pessoas”, notou Luís de Sousa Pereira.
O diretor-geral adiantou que, no Cabo da Roca, já existe “um pequeno núcleo museológico dos faróis, que explica como era o funcionamento dos faróis, a petróleo e a acetileno”, antes das tecnologias mais recentes.
O plano de gestão deverá, por isso, definir a valorização dos dois atuais espaços onde são apresentadas óticas antigas e outros elementos históricos e prever a instalação de “uma extensão da loja do museu de Marinha, com material de divulgação”, acrescentou.
“Há um conjunto de casas que eram ocupadas pelos faroleiros e que devido à automatização estão desocupadas, e a nossa intenção é recuperarmos todo o edificado, para cafetaria, lojas, casas de banho, tudo o que possa melhorar a qualidade da visita dos milhares de visitantes no Cabo da Roca”, explicou o presidente da PSML, Manuel Batista.
O diretor-geral da Autoridade Marítima apelou aos visitantes para “não verem apenas o espaço e conhecerem os faroleiros, a sua experiência e exemplo de dedicação”.
A intervenção levará em conta a Estratégia Nacional para o Mar, o plano de ordenamento do Parque Natural de Sintra-Cascais e o plano de gestão da Paisagem Cultural de Sintra (distrito de Lisboa), classificada pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
O farol manterá a função principal de sinalização e segurança marítima e, segundo o protocolo, renovável por períodos de dez anos, a PSML poderá concorrer a mecanismos de financiamento, nomeadamente dos programas ‘Life’, ‘Horizon2020’ e de outros fundos europeus.
O presidente da PSML assegurou que o projeto avançará “independentemente do apoio de fundos comunitários” e admitiu que, embora esta intervenção vise apenas o edificado da Marinha, a sociedade poderá também no futuro participar no reordenamento do Cabo da Roca, juntamente com as outras entidades.
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