“O apelo que deixamos aos grupos parlamentares é que se entendam numa proposta que garanta ganhos concretos, com reduções concretas para todos os que circulam na [autoestrada] A23 e na A25″, afirmou Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco, uma das entidades que integra esta estrutura de luta contra as portagens nas antigas Scut (vias sem custos para o utilizador).
A A23, também identificada por Autoestrada da Beira Interior, liga Guarda a Torres Novas (A1). A A25 (Autoestrada Beiras Litoral e Alta) assegura a ligação entre Aveiro e a fronteira de Vilar Formoso.
Aquele responsável falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, numa conferência de imprensa em que foi explicado que a Plataforma realizou reuniões com todos os grupos parlamentares na Assembleia da República, à exceção do PAN que ainda não respondeu.
Luís Garra salientou que depois de o Governo ter apresentado a proposta do Orçamento do Estado para 2021, “agora o tempo é do Parlamento” e destacou que, em sede de discussão na especialidade, os deputados têm a possibilidade concreta de introduzir alterações ao documento e “aprovar uma medida de abolição ou redução”.
Reiterando que o desconto de 25% que o Governo anunciou “não é aceitável” e que “não serve”, esta estrutura deu a conhecer aos partidos os termos de uma proposta alternativa: isenção do pagamento de portagens para os residentes, redução de 50% para os restantes veículos de classe 1 e 2 e a abolição até ao final da legislatura.
A Plataforma espera que possa haver entendimento em torno desta ou de outras propostas que venham a ser apresentadas pelos diferentes partidos, desde que tenham “melhorias efetivas”.
Para isso, pede que se coloquem de parte “lógicas de cariz tático-partidárias”, defendendo ainda que o PS tem de “fazer parte desta solução”.
Para dia 20 está marcada uma marcha lenta, ação que, lembram os organizadores, ganha uma “importância acrescida” para reafirmar a “vontade e o querer das populações”, antes da votação final global do Orçamento do Estado, agendada para 26 de novembro.
A marcha lenta terá partidas da Guarda (rotunda do G, às 16:00), da Covilhã (Jardim das Artes, às 16:45) e de Castelo Branco (campo de futebol, às 16:45) para confluir na entrada norte da A23 no Fundão, sendo que os trajetos serão feitos pela estrada nacional porque “não há dinheiro para portagens”.
“Esperamos uma adesão forte e há todas as condições para que haja uma marcha bem sinalizadora do descontentamento das pessoas e das empresas e da região”, acrescentou José Gameiro, da Associação Empresarial da Beira Baixa.
Devido ao aumento de pedidos de várias entidades para aderirem à Plataforma, hoje foi ainda dado conta da constituição de um Conselho Geral, órgão consultivo que vem alargar a base de apoio à luta, destacou Luís Veiga, do Movimento de Empresários P’la Subsistência do Interior.
A primeira reunião do Conselho Geral realizou-se hoje e entre as novas entidades que marcaram presença estiveram a UGT da Guarda, de Castelo Branco e de Portalegre, a Beira Serra, o Sindicato Têxtil da Beira Baixa, a Junta de Freguesia da Boidobra, o Sindicato Trabalhadores da Administração Local e a Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor.
A Plataforma P’la Reposição das Scut na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
Comentários