“Se a emergência de saúde representou o que representou em termos de vidas humanas e em custos económicos, eu não consigo imaginar uma emergência climática”, afirmou Pedro Sánchez, defendendo ser “muito importante” que todos sejam “conscientes dos desafios” que existem pela frente.

“Podemos negá-los, olhar para outro lado. Ou podemos antecipar e aprender as lições que esta crise está a deixar”, argumentou o chefe do Governo espanhol.

E, “se esta crise nos deixou uma grande lição”, foi a de que “a política económica tem que ter como principal objetivo a coesão”, que é “fundamental” para fortalecer o projeto europeu, não só ao nível da “legitimação da cidadania europeia”, mas também na relação da União Europeia com países terceiros, afiançou.

Pedro Sánchez, com o primeiro-ministro português António Costa ao seu lado, falava aos jornalistas em Elvas (Portalegre), no final das cerimónias oficiais que assinalaram a reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha, a qual esteve fechada durante três meses e meio, devido à pandemia da covid-19.

Em resposta a perguntas colocadas por jornalistas, o chefe do Governo de Espanha considerou também que a crise provocada pela covid-19 é “uma grande oportunidade” para a Europa reivindicar “o seu modelo” de “Estado de bem-estar forte” e com “uma saúde pública gratuita e universal”.

Segundo Sánchez, “apesar de a pandemia ter sido terrível em termos da perda de vidas humanas”, foi este modelo, precisamente, que “salvou muitas vidas, graças ao facto de haver um sistema público de saúde gratuita e universal”.

“Penso que é uma enorme oportunidade para reivindicar esse modelo europeu e isso está politicamente relacionado com o debate que estamos a ter agora mesmo na Europa”, afirmou.

Os países investiram “recursos para salvar vidas, para defender a saúde pública” e “o emprego, manter empresas abertas”, disse.

“Não há risco moral. O que houve foi um compromisso por parte dos Estados com a saúde pública e com a vida dos seus compatriotas”, sustentou.

Este modelo de atuação representa também uma “enorme oportunidade para reivindicar um modelo que faz falta noutras partes do mundo” e que, “felizmente”, existe na Europa, insistiu Pedro Sánchez, frisando que, se houver consciência disto, é possível “dar a esta crise uma resposta positiva, inclusiva e transformadora”.

Em relação a Portugal, o primeiro-ministro do país vizinho lembrou que a sociedade espanhola “sofreu de maneira muito contundente” com a pandemia provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, mas foram implementadas “medidas tão restritivas” que “a consciência do conjunto dos cidadãos é enorme”.

“E acredito que isso é a melhor salvaguarda para evitar qualquer tipo de propagação do vírus, tanto em Portugal, como em Espanha”, garantiu, no final dos atos que assinalaram, em Badajoz, na Extremadura espanhola, e em Elvas, no Alentejo, a reabertura de fronteiras.

Além de Pedro Sánchez e de António Costa, os únicos que falaram aos jornalistas, as cerimónias de hoje contaram com as presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do rei de Espanha, Felipe VI.

As fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha estavam fechadas desde 16 de março.

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