“A nossa escolha no Líbano foi e continua a ser a paz, e a nossa cultura é uma cultura de paz baseada na verdade e na justiça, no direito internacional e nas resoluções internacionais”, afirmou Mikati durante a cimeira islâmico-árabe que decorreu hoje em Riade, na presença de dezenas de chefes de Estado.

Um ataque israelita contra um veículo no sul do Líbano, a cerca de 45 quilómetros a norte da fronteira comum, foi o primeiro em território libanês desde o início da guerra, anunciou hoje a imprensa estatal libanesa.

Segundo a agência oficial ANI, não foram registadas vítimas, adiantando que “um ‘drone’ [aparelho aéreo não tripulado] inimigo tinha como alvo uma carrinha que se encontrava num pomar na região de Zahrani”, na costa libanesa.

As trocas de tiros diárias entre o Hezbollah e Israel têm-se limitado, de um modo geral, à zona fronteiriça entre os dois países, desde o início da guerra desencadeada pelos atentados perpetrados em solo israelita pelo movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro.

Em Riade, Mikati advertiu que os libaneses são “um povo que não aceitou e não aceitará ataques à sua soberania, dignidade nacional e integridade territorial”, referindo-se a estas trocas de ataques cruzados que já fizeram dezenas de mortos no sul do Líbano, incluindo civis.

“O que está a acontecer no sul do Líbano é o eco da tragédia na Faixa de Gaza, é o resultado do agravamento da agressão israelita em curso e da sua constante violação das resoluções internacionais”, acrescentou Mikati.

A este respeito, apelou à “pressão” sobre Israel para que respeite o direito internacional e ponha em prática uma cessação das hostilidades para aliviar o sofrimento da população da Faixa de Gaza, mergulhada na pior catástrofe humanitária da sua história.

“O que está a acontecer na Faixa de Gaza é uma guerra de destruição sistemática, perante a qual qualquer vocabulário de condenação não tem sentido. Tudo o que as forças de ocupação israelitas estão a fazer é uma guerra abominável que nem o direito internacional nem a consciência humana estão a impedir”, afirmou.

Em Jerusalém, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, avisou hoje o Hezbollah, aliado do Hamas, que Beirute poderia ter o mesmo destino que Gaza se o grupo pró-iraniano arrastasse o Líbano para uma guerra.

“O que podemos fazer em Gaza, também podemos fazer em Beirute”, disse Gallant durante uma visita ao norte de Israel, que faz fronteira com o Líbano.

“Se [o Hezbollah] cometer tais erros aqui, os primeiros a pagar o preço serão os cidadãos libaneses”, alertou.