“A ASEAN é uma potência económica que transformou o Sudeste Asiático. Uma das principais razões pelas quais Timor-Leste pretende aderir à ASEAN é tornar-se parte desta história de sucesso”, afirmou Xanana Gusmão em Jacarta.
“A adesão plena à ASEAN proporcionará às empresas e aos investidores diretos estrangeiros a confiança e a segurança para investir em Timor-Leste. E atrair investimento direto estrangeiro é fundamental para o crescimento da economia de Timor-Leste, para a criação de emprego e para modernizar e transformar a estrutura económica da nossa nação”, sublinhou o líder do Governo.
Gusmão, que chegou hoje a Jacarta para participar na 43ª. Cimeira da ASEAN, falava no segundo dia do Fórum Empresarial e de Investimento, dedicada ao tema da resiliência e estabilidade na região no contexto das fraturas da economia global.
Timor-Leste tem o estatuto de observador na organização regional e as autoridades timorenses apostam no ano de 2025 para a adesão formal.
Numa intervenção em que defendeu a criação de uma nova ordem mundial que apoie os Estados mais frágeis, Gusmão recordou que a ASEAN é hoje um “motor crítico da economia global”, com uma economia de 2,3 biliões de dólares (2,13 biliões de euros) e mais de 600 milhões de pessoas.
O chefe do Governo referiu-se à abordagem “centrada nas pessoas” que tem ajudado a fomentar o crescimento e desenvolvimento da região, com participação dos cidadãos e o consequente aumento dos rendimentos per capital e da esperança de vida, retirando milhões da pobreza.
Uma transformação que teve como alicerces, disse Gusmão, a confiança mútua dos Estados-membros da ASEAN e a sua aposta na “promoção da estabilidade, da unidade e da paz” na região.
“A ASEAN conseguiu reunir países com culturas e histórias diversas para formar uma comunidade vinculada por um compromisso comum com a tolerância, a amizade e a cooperação”, notou o timorense.
“Dado o sucesso da ASEAN, é fácil esquecer que o Sudeste Asiático nem sempre foi uma região de tal unidade e cooperação. Não foi há muito tempo que a nossa região foi vítima da colonização e da Guerra Fria, foi dilacerada pela ganância, pelo conflito e pela guerra de outras nações”, recordou Gusmão, relembrando que Timor-Leste não ficou imune a essa dinâmica.
O líder histórico timorense disse que a memória desse passado leva a ASEAN a recusar posicionar-se nas “atuais disputas geoestratégica entre as grandes potências mundiais”.
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