A Scotland Yard confirmou à PA que a "Operação Kaguyak" diz respeito à investigação de 14 casos no total, apresentados por nove mulheres. As acusações mais recentes foram feitas em 13 de novembro, por uma mulher que afirma ter sido agredida pelo produtor de Hollywood em Londres, em 2011, e num outro país, em 2010.
O escândalo Weinstein continua a ampliar-se, à medida que novas acusações surgem contra o produtor . A atriz americana Uma Thurman, vinculada ao estúdio Miramax, de Weinstein, pela atuações em "Pulp Fiction" e "Kill Bill", rompeu o silêncio e acusou o produtor de assédio e de ameaçar a sua carreira, em entrevista publicada este sábado.
A atriz contou em entrevista publicada pelo The New York Times a agressão de que terá sido vítima, ocorrida após o lançamento de "Pulp Fiction", em 1994.
Dezenas de estrelas de Hollywood, como Ashley Judd, Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale e Salma Hayek acusaram Weinstein de diferentes formas de agressão sexual, desde assédio até violação.
Em entrevista ao "The New York Times", Uma, de 47 anos, contou que depois de uma reunião em Paris, Harvey Weinstein a convidou para o seu quarto e depois para uma sauna num hotel, tendo Uma Thurman voltado a encontrar o seu produtor em Londres, também no seu quarto de hotel.
"Ele empurrou-me e tentou saltar sobre mim e despir-se. Ele fez muitas coisas desagradáveis", disse a atriz, na entrevista.
Pouco depois, Uma Thurman foi ao hotel do abusador para enfrentá-lo e explica que o advertiu: "Se fizer o que fez com outras pessoas, vai arruinar a sua carreira, a sua reputação e perder a sua família, eu garanto", ter-lhe-á dito.
"O sr. Weinstein admite ter feito avanços em relação à sra. Thurman depois de interpretar mal a sua atitude em Paris. Ele desculpou-se imediatamente", respondeu, num comunicado, um porta-voz do ex-produtor, que atualmente está em terapia no Arizona. "A relação entre ambos era uma relação de trabalho divertida e sedutora", acrescentou. Hoje interroga-se por que é que Uma Thurman "esperou 25 anos para tornar públicas essas alegações”, acrescenta.
Harvey Weinstein está "atordoado e entristecido", disse o advogado Ben Brafman no comunicado, acrescentando que as observações de Uma Thurman ao The New York Times estão a ser "examinadas e verificadas cuidadosamente antes de decidir se será apropriado avançar com um procedimento legal contra ela".
De acordo com uma amiga, que a acompanhou, Uma Thurman estava “a ferver de raiva” quando deixou Harvey Weinstein naquele dia, depois de uma discussão em que o produtor terá ameaçado a sua carreira.
"Sinto-me tão mal por todas as mulheres atacadas depois de mim", diz a atriz na entrevista, comparando essas vítimas com "cordeiros a entrar no matadouro".
Dois dos maiores sucessos de Uma Thurman, "Pulp Fiction" e "Kill Bill", foram dirigidos por Tarantino e produzidos por Weinstein, quando a dupla era uma das mais poderosas em Hollywood.
Uma Thurman contou mais tarde a Tarantino a agressão que sofreu, mas o realizador não a levou a sério.
Foi apenas em 2001, quando ela insistiu, perturbada pela presença de Weinstein durante o Festival de Cinema de Cannes, que o cineasta percebeu a gravidade dos factos alegados contra o seu produtor, tendo o fundador da Miramax pedido desculpa à atriz.
O realizador, vencedor de vários Óscares, disse em outubro que sabia há anos das ações de Harvey Weinstein, agora acusado de assédio sexual, agressão ou estupro por uma centena de mulheres.
(Notícia atualizada às 13h13)
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