
Pelo menos 30 mães foram expulsas por centenas de agentes em frente do complexo policial conhecido como “El Chipote” que inclui um centro de detenção no qual se usa a tortura, segundo organismos humanitários.
“Polícias e brigadas de choque começaram a deslocar-se para o Chipote em patrulhas e as mães e familiares começaram a afastar-se a pé, para evitar que lhes fizessem mal”, disse a líder da oposição Ana Margarita Vigil, citada pela Agência Efe.
As mulheres foram inicialmente apoiadas por populares que as levaram para um lugar seguro, mas a polícia de seguida impediu que fossem ajudadas, disse a fonte.
Por fim, acrescentou, as últimas mães que se mantinham no local foram cercadas pela polícia e tiveram de deixar o local.
“O cúmulo da crueldade, a polícia está a expulsar as mães que imploram pelos familiares em ´El Chipote´”, assinalou o ex-comandante da revolução nicaraguense , ex-ministro da Economia e dissidente sandinista Luís Carrión nas redes sociais.
As mães e outros familiares estão agora refugiadas na catedral metropolitana de Manágua, no centro da cidade, a pouca distância de “El Chipote”.
Pela quase nula informação sobre os detidos uma média de 25 a 50 mães permanece diariamente em frente a “El Chipote” para saber dos filhos. São apoiadas por pessoas que acorrem ao local como ativistas dos direitos humanos mas também médicos e anónimos que lhes dão alimentos e mesmo colchões.
A Comissão Ibero-americana dos Direitos Humanos e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos responsabilizaram o governo de Daniel Ortega por graves violações dos direitos humanos.
A Nicarágua está submergida na mais sangrenta crise sociopolítica desde a década de 90. Os protestos contra Ortega e a sua mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram em 18 de abril na sequência de umas reformas falhadas da segurança social e converteram-se na exigência da renúncia do presidente, depois de 11 anos de poder e acusado de abuso e corrupção.
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