Entre os detidos – todos acusados de associação mafiosa e tráfico de drogas, posse e venda de armas ilegais, extorsão, ferimentos e maus-tratos a terceiros – está Massimiliano Ficano, chefe da família de Bagheria, um grande município às portas de Palermo.

Segundo os investigadores, o clã de Bagheria mantinha “o controlo do território, impondo a prática de extorsão e, sobretudo, assumindo a gestão rigorosa dos locais de venda de droga onde operavam apenas os sujeitos ‘autorizados’ pela ‘Cosa Nostra’, que eram obrigados a pagar periodicamente uma cota fixa dos benefícios”, explicou, num comunicado, a polícia militarizada italiana (carabinieri).

Essa era “a sua principal fonte de lucros”, juntamente com a gestão dos centros de apostas, e era controlada diretamente pelo Ficano, embora nunca se tivesse exposto pessoalmente, delegando o trabalho aos seus colaboradores de maior confiança.

Ficano, que no passado se encarregou de ajudar a esconder o já falecido líder da ‘Cosa Nostra’ Bernardo Provenzano, que esteve desaparecido 43 anos, aproveitou o vazio de poder gerado pela atividade da polícia para impor as suas decisões e métodos violentos à família.

As investigações – da intitulada “operação Perséfone” – aceleraram nos últimos dias, após a polícia saber do plano recentemente elaborado pelos chefes do clã para assassinar um criminoso local que consideravam “pouco inclinado a respeitar as ‘regras’ impostas pela máfia” e que “tinha desafiado publicamente” o chefe.

“Sob o comando do Ficano, seis membros do grupo mafioso o espancaram com selvajaria, causando um trauma na cabeça e na mão”.

Entretanto, o agredido, “longe de assumir um comportamento submisso apesar da agressão e dos ‘avisos’, resolveu armar-se com um machado e anunciou a sua intenção de incendiar um local recentemente inaugurado pelo chefe”.

Assim, foi “sentenciado” e seu assassínio foi elaborado com detalhes pelo grupo mafioso.