Paulo Santos precisou que Porto, Guarda, Coimbra e Faro são algumas das cidades onde os polícias estão hoje à tarde concentrados, além de Lisboa, em frente à Assembleia da República, depois de terem também estado em protesto na segunda-feira em algumas localidades.
Os polícias iniciaram na segunda-feira vários protestos por melhores condições salariais e de trabalho, ações que tiveram início num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra o suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária.
Desde o final da tarde de segunda-feira que vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), estão parados, alegando os polícias que estão inoperacionais e com várias avarias.
Fonte da PSP disse à Lusa que são mais de uma centena os carros inoperacionais e “sem condições para circular” nos comandos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Porto e Açores.
O diretor da PSP indicou também hoje que está a ser feita uma avaliação dos carros da PSP que estão inoperacionais e que o comando de Lisboa poderá ser reforçado com viaturas de outros locais.
O presidente da ASPP sublinhou que os sindicatos da PSP há muito que têm alertado o ministro da Administração Interna para a situação na polícia e para o conjunto dos problemas, mas nada tem sido feito e agora está entrar-se “numa fase perigosa” em que os protestos já não são organizados pelos sindicatos.
Paulo Santos disse ainda que está há mais de 20 anos na PSP e existe atualmente “uma insatisfação no pessoal” como “não se via há muito tempo”.
A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.
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