Kavelashvili, que recebeu o apoio de 224 dos 300 deputados nacionais e municipais que participaram na votação, substitui a líder da oposição Salome Zurabishvili, que se recusa a deixar o cargo por não reconhecer a legitimidade do resultado legislativo das eleições parlamentares de outubro passado.

A Geórgia elege pela primeira vez um presidente por voto indireto, através de um colégio eleitoral e não por voto popular, no seguimento de mudanças constitucionais impostas em 2017.

Este país do Cáucaso enfrenta um clima de agitação política e social desde as eleições legislativas de 26 de outubro, ganhas pelo partido no poder, o Sonho Georgiano, mas consideradas fraudulentas pela oposição pró-europeia.

No final de novembro, a decisão do Governo (acusado de uma deriva autoritária e considerado pró-russo) de suspender as negociações para a adesão à União Europeia até 2028 deu origem a manifestações que degeneram em confrontos.

O colégio eleitoral – composto por 150 deputados (89 dos quais pertencem ao Sonho Georgiano) e 150 delegados municipais – tebe a missão de escolher o futuro chefe de Estado, cuja investidura, para um mandato de cinco anos, deverá ocorrer em 29 de dezembro.

O Governo tinha todas as hipóteses de ganhar, uma vez que domina o parlamento nacional e as assembleias locais. Como tal a eleição do seu candidato, o deputado pró-governamental e antigo futebolista Mikhail Kavelashvili, era considerada como adquirida.

Na sexta-feira, a atual Presidente Salome Zurabishvili reiterou que não abandonará o cargo por considerar ilegítima a votação e apelou à continuação dos protestos.