A Polónia convocou o embaixador russo no país para uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros após os comentários proferidos por Vladimir Putin na sexta-feira.
"Uma agressão contra a Bielorrússia será equivalente a uma agressão contra a Federação da Rússia. Responderemos com todos os meios à nossa disposição", disse Putin durante uma reunião do seu Conselho de Segurança, transmitida pela televisão.
Segundo o Guardian, Putin terá afirmado que "os territórios ocidentais da Polónia atual são um presente de Estaline para os polacos, será que os nossos amigos em Varsóvia se esqueceram disso? Vamos lembrar-vos".
À noite, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, ripostou: "Estaline foi um criminoso de guerra responsável pela morte de centenas de milhares de polacos. A verdade histórica não está sujeita a discussão. O embaixador da Federação Russa será convocado ao Ministério das Relações Exteriores".
A Polónia tem sido um dos aliados mais próximos da Ucrânia com quem faz fronteira à semelhança do que acontece com a Bielorrússia, tem igualmente fornecido armas a Kiev e acolhido refugiados ucranianos. Porém, não manifestou interesse em enviar tropas para a Ucrânia.
Na sexta-feira, Putin acusou o governo polaco de tentar "interferir diretamente no conflito" para ocupar o território ucraniano.
O presidente russo afirmou que Moscovo usará "todos os meios" à sua disposição para proteger a Bielorrússia de possíveis ataques.
Por seu lado, a Polónia reforçou as suas defesas na fronteira com a Bielorrússia, para onde foram transferidos os combatentes do grupo paramilitar russo Wagner, após a rebelião interrompida na Rússia.
No mês passado, Kiev lançou uma contraofensiva com o apoio de armas fornecidas por potências ocidentais.
Putin afirmou ainda que as armas ocidentais "não ajudam" a Ucrânia na sua contraofensiva, que, nas suas palavras, não tem dado "nenhum resultado".
"Nem os recursos colossais injetados no regime de Kiev, nem o fornecimento de armas ocidentais, tanques, artilharia, veículos blindados e mísseis estão a ajudar", afirmou Putin.
As forças de Moscovo ocupam partes do sul e do leste da Ucrânia.
Esta semana, um assessor da Presidência ucraniana reconheceu à AFP que a contraofensiva será "longa e difícil".
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