Num excerto de uma entrevista ao semanário polaco ‘Sieci’, que será publicada na segunda-feira, Blasczak indicou que a sua homóloga alemã, Christine Lambrecht, ofereceu 20 tanques para reforçar a defesa da Polónia, enquanto Varsóvia esperava pelo menos 44 tanques.

“Perguntaram-me se estávamos interessados em que a Alemanha nos ajudasse a preencher a lacuna que havia surgido. Respondi que sim, claro”, disse o ministro, num excerto divulgado pelo portal noticioso polaco wPolityce.pl.

No entanto, Blaszczak criticou o estado em que os tanques oferecidos pela Alemanha se encontram, alegando que “demorará cerca de doze meses para os colocar em condições de funcionamento”.

A Polónia espera que as negociações continuem até que Berlim concorde em oferecer pelo menos 44 tanques, o suficiente para equipar um batalhão, disse o ministro.

No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Szymon Szynkowski vel Sek, tinha dito à revista alemã ‘Der Spiegel’ que as promessas da Alemanha sobre a substituição dos tanques doados à Ucrânia acabaram por ser “um movimento enganoso”.

“Os alemães ofereceram à Polónia tanques muito mais velhos do que os que enviámos para a Ucrânia. Essa oferta não foi aceitável para a Polónia e estamos a procurar a ajuda de outros países da NATO”, disse Szynkowski vel Sek.

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, admitiu que o plano de troca para o fornecimento indireto de armas à Ucrânia não está a funcionar como planeado, segundo a agência de notícias alemã DPA.

“Numa situação como esta, ninguém engana o vizinho europeu”, disse Baerbock, explicando que a troca foi iniciada porque parecia ser “na altura o melhor caminho e mais rápido”.

“Estava claro desde o início que, obviamente, não podemos substituir todos os tanques da noite para o dia com um estalar de dedos”, sublinhou a ministra.

Além de 40 tanques T-72, a Polónia enviou ainda para a Ucrânia 60 veículos blindados de combate de infantaria, drones, lançadores de mísseis antitanque Javelin, armas de assalto, munições, morteiros e sistemas de defesa aérea portáteis.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.