Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), anfitriã do evento, destacou que este será, “provavelmente, o maior congresso de sempre da International Textile Manufacturers Federation (ITMF)”.

“Estamos muito entusiasmados, até pela adesão que temos até ao momento: Já batemos todos os recordes deste congresso – que se realiza desde 1904 – em termos do número de inscritos”, afirmou Paulo Vaz.

Sob o tema geral “Digitalização e Sustentabilidade: O seu Impacto na Indústria Têxtil Global”, a conferência será aberta oficialmente pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e pelos presidentes da ATP e da ITMF, respetivamente Mário Jorge Machado e Kihak Sung, na manhã de segunda-feira.

Seguir-se-á uma intervenção de fundo a cargo do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, que abordará as grandes tendências geopolíticas e geoeconómicas que afetarão o negócio global da indústria têxtil.

O programa de trabalhos do congresso prolonga-se por três dias, incluindo no seu programa social a passagem pelas cidades de Famalicão, Matosinhos e Guimarães, destacadas como “polos relevantes e diversificados da indústria têxtil e vestuário nacional”.

Com sede em Zurique, na Suíça, a ITMF realiza as suas reuniões magnas desde 1904, tendo o Porto já recebido a “ITMF Convention” em 1969 e em 1993.

A realização no Porto da edição de 2019 significa o regresso das convenções da federação à Europa, depois de diversos anos noutros continentes, no que a ATP interpreta como a demonstração da “dinâmica e importância que a indústria têxtil e vestuário portuguesa ganhou no negócio global do setor”.

À Lusa, o diretor-geral da ATP destacou que, entre 2012 e 2019, a associação “conseguiu trazer para Portugal os três maiores congressos internacionais relacionados com o setor”: o “IAF – International Apparel Federation” em 2012, o da Euratex em 2017, e agora o “ITMF Convention”.

O objetivo, sustentou, é “aumentar a visibilidade e reputação do ‘made in Portugal’ à escala global", num contexto em que o país, “sem constar entre os maiores produtores, é indiscutivelmente reconhecido como uma das indústrias mais qualificadas, inovadoras e tecnologicamente avançadas que existem no mundo e um ‘case study’ [caso de estudo] de sucesso internacional na recuperação, reinvenção e reposicionamento de uma indústria tradicional num país desenvolvido, que o resto do mundo quer imitar”.

Anualmente, a indústria têxtil e vestuário portuguesa exporta mais de 5,3 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 10% das mercadorias que Portugal vende ao exterior, assegurando um saldo líquido superior a mil milhões de euros anuais na balança comercial do país, destaca a ATP.

O setor é responsável por 138 mil postos de trabalho diretos, especialmente concentrados no litoral Norte do país, que, “numa lógica de ‘cluster’ articulado, sinérgico e dinâmico, constitui hoje a maior e melhor região têxtil da Europa”, acrescenta a associação.