O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Norte (STFPSN), Orlando Gonçalves, avançou hoje à agência Lusa que no sábado no Porto, dia dos festejos do FC Porto e último dia da Queima das Fitas da cidade, eventos com vários milhares de pessoas na rua, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) teve “três ambulâncias inoperacionais” num universo de seis ambulâncias adjudicadas ao concelho do Porto, ou seja 50% das viaturas.
Por "inoperacionais" entenda-se que as ambulâncias de emergência médica estiveram paradas no Porto "por falta de trabalhadores" e não porque as viaturas tivessem sido deslocadas para outros locais do país, como poderia ter sucedido, designadamente para a zona de Fátima, onde decorria um evento religioso, explicou à Lusa o sindicalista.
Também no CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes – do Porto, uma das três Centrais de Emergência Médica em Portugal (as outras duas estão em Coimbra e Lisboa), entre os “20 trabalhadores escalados para sábado dia 12 de maio no Porto, apenas estavam a trabalhar 14 pessoas”, ou seja, menos 30%, acrescentou o coordenador do STFPSN.
“Num momento em que se esperava centenas de milhares de pessoas na Baixa do Porto, em função dos festejos da vitória do FC Porto no campeonato nacional de futebol, e em que se esperava uma das noites mais participadas da Queima das Fitas do Porto, três meios do INEM estiveram inoperacionais, comprometendo a eficácia de resposta do serviço de socorro de emergência”, lê-se numa nota de imprensa enviada à Lusa.
Para o coordenador do STFPSN, o que aconteceu no sábado no Porto “só demonstra que o INEM é incompetente” e tem “muita falta de organização”, especialmente em dias em que se previa maior probabilidade de ocorrências.
“Tendo em conta a exigência previsível destes dois acontecimentos, esta falta de meios constitui um risco que não pode deixar de ser denunciado, constituindo um evidente exemplo da desorganização que se faz sentir no INEM”, acrescenta a mesma nota de imprensa.
Orlando Gonçalves referiu também que um dos parceiros do INEM – a Cruz Vermelha – “não teve até às 20:00 de sábado, dia 12 de maio ninguém disponível” para poder ajudar o INEM, caso fosse pedido.
A 12 de dezembro de 2016, a Lusa avançada que o INEM estava a demorar a atender algumas chamadas de socorro “mais de três minutos”, em vez dos sete segundos aconselhados pelos manuais mundiais.
Este mês, o presidente do INEM, foi questionado sobre os tempos de espera no atendimento que terá duplicado em 2017, Luís Meira, justificou com o défice de recursos humanos, e acrescentou que em 2018, os tempos de espera tinham diminuído.
A Lusa contactou o INEM, através da assessoria, mas até ao momento não foi possível obter nenhuma resposta sobre as denúncias do sindicato.
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