O episódio marcou o fim da coligação pós-eleitoral feita em 2013 entre os socialistas e o presidente da Câmara do Porto, alterando a disputa, que em junho sofreu novo revés: razões de saúde conduziram à desistência do candidato do BE, o ex-coordenador do partido João Semedo, trunfo dos bloquistas para conquistar um lugar na autarquia.
A corrida à Câmara do Porto será, assim, feita entre o independente Rui Moreira, apoiado pelo CDS-PP, o socialista Manuel Pizarro, Álvaro Almeida, candidato do PSD/PPM, Ilda Figueiredo (CDU), João Teixeira Lopes (BE), Costa Pereira (PTP), Bebiana Cunha (PAN), Orlando Cruz (PPV/CDC) e Sandra Martins (PNR).
Feito o balanço, o Porto conta com quatro estreias: Álvaro Almeida, o independente escolhido para ser o candidato da coligação PSD/PPM, Sandra Martins, do Partido Nacional Renovador (PNR), Bebiana Cunha, do PAN - Pessoas-Animais-Natureza, e Orlando Cruz, pelo Partido Portugal Pró Vida/Cidadania e Democracia Cristã (PPV/CDC).
Nos dois últimos casos, também os partidos são uma novidade, já que concorrem pela primeira vez à autarquia portuense.
Quanto aos ‘repetentes’, Moreira e Pizarro apresentam-se a votos pela segunda vez consecutiva, a comunista Ilda Figueiredo regressa ao concelho onde foi eleita vereadora duas vezes (1993 e 1997) e o bloquista Teixeira Lopes concorre pela quarta vez (foi candidato em 2001, 2005 e 2009).
Em 2013, com o apoio do CDS-PP, Moreira foi o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto, com 39,25% dos votos e seis dos 13 mandatos do executivo, depois de apresentar uma candidatura assente na Coesão Social, Economia e Cultura, com “contas à moda do Porto”.
Com o renovado apoio do CDS, o independente do movimento “Porto, o nosso Partido” juntou à atual campanha a prioridade da Sustentabilidade e apresenta como número dois da lista Filipe Araújo, vereador do Ambiente.
O terceiro lugar é ocupado por Ricardo Valente, que em 2013 foi eleito pela candidatura do PSD e a quem, em 2016, Moreira entregou o pelouro da Economia.
O socialista Manuel Pizarro, que há quatro anos alcançou 22,68% dos votos e três mandatos, foi apresentado como candidato a 06 de maio, depois de Moreira criticar o PS por tentar “fazer crer” que havia “uma coligação informal” com os socialistas e afirmar que contava com o vereador, mas nunca como número dois.
Pizarro apresentou uma lista completamente renovada em relação às anteriores autárquicas, com “mais de metade” dos nomes “sem filiação partidária”, e indicou a Coesão Social como uma das prioridades (a número dois da candidatura é especialista na área).
O PSD escolheu um independente, o economista Álvaro Almeida, apresentando-o como herdeiro do “rigor e seriedade” de Rui Rio, presidente da Câmara do Porto entre 2002 e 2013.
O economista, que aponta o trânsito como um dos principais problemas do Porto, começou a colaborar com o PSD em fevereiro de 2016 e é, desde abril, coordenador do Conselho Estratégico da Cidade do Porto, órgão da iniciativa do PSD.
A CDU volta a apresentar a “experiente” Ilda Figueiredo, vereadora na autarquia portuense entre 1994 e 1999, que também foi eleita para as câmaras de Vila Nova de Gaia e Viana do Castelo e soma “mais de dez anos” a representar o partido no Parlamento Europeu.
O sociólogo e professor catedrático João Teixeira Lopes recandidata-se pelo BE ao concelho onde o partido nunca elegeu um vereador, depois de, há quatro anos, o candidato José Soeiro ter obtido 3,60% dos votos.
Semedo, que partilhou a liderança do BE com Catarina Martins entre 2012 e 2014, passou a encabeçar a lista do BE à Assembleia Municipal do Porto.
José Costa Pereira, reformado, apresenta-se pela segunda vez na corrida ao município, como independente, na lista do PTP, enquanto o PAN, em estreia nas autárquicas na cidade, assume que tem como objetivo eleger dois deputados à assembleia municipal.
Orlando Cruz (PPV/CDC) diz que o seu partido é “aquele que vai garantir a Rui Moreira poder governar com maioria” e Sandra Martins (PNR) concorre com o lema “fazer das tripas coração, por um Porto mais nacionalista”.
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