Dois dias depois da morte de Mário Soares, no sábado, aos 92 anos, as cerimónias fúnebres de Estado iniciaram-se na segunda-feira com o cortejo fúnebre, que partiu da sua residência no Campo Grande até ao Mosteiro dos Jerónimos, onde esteve em câmara ardente durante toda a tarde e até à meia-noite.
Hoje, a câmara ardente estará aberta ao público entre as 08:00 e as 11:00. Duas horas depois, a urna será transportada para os claustros do Mosteiro, para a realização de uma sessão solene evocativa de homenagem.
O início da sessão está agendado para as 13:00, nos claustros do edifício manuelino, com diversas interpretações musicais por parte do coro e da orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, além de “A Portuguesa” no princípio e no final, antes do início do cortejo fúnebre rumo ao cemitério dos Prazeres.
A seguir ao hino nacional, ecoará através da instalação audiovisual a voz de Soares, seguindo-se uma intervenção do filho, João. Ouvir-se-á depois a voz de Maria Barroso, antes da intervenção da filha, Isabel.
Após a intervenção de Isabel Soares, diretora do Colégio Moderno, terá lugar um momento musical com uma peça do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.
Em seguida, através de um vídeo de cerca de 10 minutos, gravado durante a atual viagem de Estado à Índia, o primeiro-ministro, António Costa, vai homenagear o fundador do PS.
Nova interpretação, desta feita de uma obra do compositor britânico Edward Elgar, e discursará em seguida o presidente da Assembleia da República, o também socialista e ex-líder “rosa” Eduardo Ferro Rodrigues.
Finalmente, a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, será a última evocação do evento, antecedida por outro momento musical da autoria do compositor francês Gabriel Fauré.
Pelas 14:00, a urna sairá dos Jerónimos, seguindo no armão da GNR em cortejo com batedores da PSP, guarda a cavalo da GNR e outras viaturas que levam a família e altas entidades.
O cortejo fará breves paragens no Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS no Largo do Rato, antes de chegar ao cemitério dos Prazeres.
Já no cemitério, a urna seguirá na direção da capela, acompanhada pelas altas entidades. Junto à capela, haverá um último momento evocativo, em que será novamente ouvida a voz de Mário Soares. Depois será feita uma salva de 21 tiros de artilharia, a partir de uma embarcação da Marinha, no Tejo.
Após a paragem junto à capela, a urna será transportada por militares das Forças Armadas para o jazigo familiar.
Devido às cerimónias fúnebres o trânsito irá estar condicionado a partir das 13:00, e até às 16:00, em locais como a Praça do Império, Rua de Belém, Praça Afonso de Albuquerque, Avenida da Índia, Avenida 24 de Julho, Avenida D. Carlos I, Rua de São Bento, Largo do Rato, Avenida Álvares Cabral, Rua de São Jorge, Rua da Estrela, Rua Domingos Sequeira, Rua Saraiva de Carvalho e Praça São João Bosco.
Além dos condicionamentos de trânsito, na terça-feira, o estacionamento será proibido na Rua do Comércio (junto à Praça do Município), na zona envolvente ao Mosteiro dos Jerónimos e na Praça São João Bosco.
Entre as personalidades estrangeiras que virão a Lisboa para as cerimónias fúnebres contam-se o rei de Espanha, Filipe VI, os presidentes do Brasil, Michel Temer, de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e da Guiné-Bissau, José Mário Vaz.
O “último adeus” a Mário Soares contará também com a presença do presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, do presidente da Assembleia Nacional angolana, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e do vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba.
Os antigos primeiro-ministro francês Lionel Jospin, presidente do Brasil José Sarney e presidente da Comissão Europeia Jacques Santer estarão presentes no funeral de Mário Soares, bem como o ex-presidente do Governo espanhol e ex-líder do PSOE, Felipe Gonzalez.
Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa. O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.
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