“A forma como nós, os europeus, favorecemos o desenvolvimento e a cooperação internacional é uma contribuição muito importante para a paz e segurança, que tem de ser também contabilizada”, sustentou Augusto Santos Silva, respondendo ao deputado do PSD José Cesário sobre qual será a posição que Portugal vai defender, na próxima quarta e quinta-feira, na cimeira da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
O ministro, que falava durante uma audição pela comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros, sustentou que “não é aumentando a despesa em tropas ou equipamento militar apenas ou sobretudo que nós contribuímos para a paz internacional”.
“Quando apoiamos na ajuda pública ao desenvolvimento, na cooperação, nas parcerias para o desenvolvimento, estamos a contribuir igualmente para a segurança”, sublinhou.
Portugal vai defender também que a NATO “é cada vez mais importante, mais importante que nunca”, disse, comentando: “Julgo que a administração Trump vai compreendê-lo”.
Lisboa, adiantou, concorda que “é preciso um aumento do esforço europeu no que diz respeito à despesa com segurança e defesa”, como o Presidente norte-americano reclama.
Mas, sustentou, “é sobretudo preciso um esforço, em países como Portugal, na modernização da estrutura dessa despesa”.
Por outro lado, Portugal considera que “é cada vez mais preciso melhorar a cooperação entre a União Europeia e a NATO no que diz respeito à projeção de estabilidade e à gestão de crises”.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou em junho mensagens aos aliados da NATO, incluindo Portugal, queixando-se das contribuições insuficientes dos respetivos países junto da Aliança Atlântica.
Nas cartas, Trump refere que em 2017 formulou queixas em privado e em público para pressionar os países da NATO a contribuírem com 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para a defesa comum.
Segundo a notícia, Trump indica que os pagamentos não foram “suficientes” acrescentando que na sequência da situação os Estados Unidos podem vir a reconsiderar a “presença militar” a nível mundial.
“Os Estados Unidos continuam a contribuir com mais recursos para a defesa da Europa numa altura em que a economia europeia se encontra bem. Isto já não é sustentável para nós [Estados Unidos]”, sublinha Trump.
Desde que foi eleito Presidente dos Estados Unidos, Trump queixa-se de que Washington gasta demasiados recursos com a Aliança Atlântica e tem criticado a situação, de forma reiterada, aos líderes dos vários países.
Trump chegou a considerar a NATO “uma organização obsoleta” durante a campanha presidencial.
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