"Hoje estive a ver as estatísticas e estamos a 81,6% de vacinação. No fim desta semana chegaremos aos 83% ou 84%. Na próxima semana atingiremos, com a ajuda dos últimos portugueses que têm de vir à vacinação, 85% ou 86%. E o processo, em termos de primeiras doses está completo e depois são as segundas doses", afirmou o vice-almirante, que se encontra em visita ao Centro de Vacinação no Pavilhão de São Miguel, na Guarda.

"Foram os portugueses que conseguiram isto, todos nós", acrescentou.

“Nós somos um povo extraordinário, um povo esclarecido, que tem um saber e uma cultura muito enraizada e estou convencido que vamos encurralar o vírus da única forma que há, que é tirar-lhe toda a capacidade de manobra, tirar-lhe ‘toda a água para ele nadar,’, como eu digo muito nas minhas analogias marítimas.

Questionado sobre a vacinação, futuramente, nos centros de saúde, adiantou que a comissão técnica de vacinação elencou um conjunto de pessoas que face às suas características de fragilidade relativamente ao seu sistema imunitário deve ter uma dose adicional.

O processo está a decorrer, informou, lembrando que fez uma estimativa “de cerca de 100 mil pessoas” nessa situação.

“Não é necessário fazer uma ‘Task Force’ para vacinar 100 mil pessoas”, admitiu, apontando que o Serviço Nacional de Saúde “vacinava, normalmente, entre dois a três milhões de pessoas no inverno”.

“O sistema de Saúde tem capacidades e os portugueses têm de acreditar no sistema de Saúde”, vincou.

Sobre a vacinação de jovens com mais de 12 anos, o coordenador nacional do Plano de Vacinação contra a covid-19 disse que tem “uma expectativa elevada”.

“Nós temos cerca de 180 mil jovens ainda por vacinar, nessa faixa etária”, lembrou.

Disse, depois, que enquanto coordenador do plano, se preocupou em “garantir flexibilidade” aos jovens, que têm um “fim de semana exclusivo” e depois “casa aberta”, de forma a facilitar o início das aulas.

Em declarações aos jornalistas, assegurou ainda que o Centro de Vacinação no Queimódromo não reabrirá até haver um relatório que identifique “o que falhou”, apesar de as vacinas administradas no respetivo centro terem sido consideradas eficazes. Gouveia e Melo reafirmou ainda a necessidade de serem tomadas “medidas mitigadoras” para que tal não se volte a repetir.

"Preciso de resultados concretos, e não impressões. Preciso de um relatório que me diga claramente o que é que falhou, para poder tomar medidas mitigadoras para que não voltar a falhar", declarou.

Sobre o facto de as pessoas vacinadas não terem necessidade de receber outra dose da vacina, o vice-almirante afirmou que tal o deixa "tranquilo".

Portugal tem 72% da população com a vacinação completa

Segundo o relatório de vacinação, até domingo havia já 7.399.577 pessoas que tinham concluído o respetivo esquema vacinal e 8.264.586 pessoas que tomaram uma dose.

Em comparação com o relatório anterior, divulgado na semana passada, o número de pessoas com a vacinação completa cresceu seis pontos percentuais, ao passo que com a primeira dose esse aumento foi somente de quatro pontos percentuais.

Em Portugal, a campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em 27 de dezembro de 2020, sendo administradas atualmente as vacinas de dose única (Janssen) e de dose dupla (Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca).

Em termos etários, a população acima dos 65 anos de idade está praticamente toda vacinada, com 99% a ter apenas a primeira dose e já 97% a registarem a vacinação concluída (que inclui também as pessoas que completaram o esquema vacinal na sequência de infeção prévia). Os mesmos valores repetem-se para os idosos com idade igual ou superior a 80 anos.

Já em relação à população mais jovem, que entrou mais tarde no processo de vacinação, é possível verificar que 19% dos jovens (faixa etária dos 0 aos 17 anos) já foram inoculados com uma dose, sendo que o atual plano prevê desde este mês a administração da vacina a partir dos 12 anos sem restrições. Entre os 18 e os 24 anos, 73% (571.163) iniciaram a vacinação e 39% (306.454) completaram o esquema.

Relativamente à população em idade ativa, entre os 25 e os 49 anos e entre os 50 e os 64, há 87% e 97%, respetivamente, de pessoas com a primeira dose, enquanto a vacinação completa destes grupos etários se traduz em 74% e 91%.

No que toca à distribuição por regiões, as regiões do Alentejo e do Centro são as que continuam com o processo de vacinação mais avançado, ambas com 70% de população com o ciclo vacinal completo, seguindo-se o Norte e a Madeira, com 69%.

Em sentido inverso, as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e dos Açores são as que estão mais atrasadas no processo, registando ambas 66% de pessoas que concluíram a vacinação. A DGS ressalva que, no caso dos Açores, os dados "poderão estar subestimados", uma vez que houve um "atraso entre as vacinas administradas e o seu registo".

Quanto à administração de primeiras doses de vacina, são as regiões do Alentejo e do Norte que se encontram mais adiantadas, ao apresentarem ambas 83% de cobertura vacinal.

Portugal recebeu 16,67 milhões de doses de vacinas e distribuiu 14,96 milhões por todo o território.

A DGS esclarece ainda que passou a incluir no relatório de vacinação da covid-19 o valor da população residente publicado recentemente nos Censos 2021, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), como denominador de cobertura vacinal nacional.

No entanto, as restantes métricas de cobertura vacinal apresentadas no relatório utilizam ainda as estimativas de população residente em 2020, devido à falta de desagregação etária.

Por outro lado, a autoridade de saúde refere que, por constrangimentos técnicos, a inclusão dos indivíduos com esquema vacinal completo com anterior infeção pelo vírus SARS-CoV-2 no número de pessoas com vacinação concluída e na respetiva cobertura vacinal não se encontra refletida nos indicadores desagregados por idade e região, assegurando que tal será corrigido no próximo relatório.