João Paulo Almeida e Sousa falava aos jornalistas à margem de um simpósio internacional sobre transplantação e doação de órgãos, que decorre em Lisboa.

Esta subida à segunda posição é “uma excelente notícia”, disse.

“Mais do que a nossa posição no ‘ranking’, significa que houve mais oportunidade de doação e portugueses que precisaram de mais um órgão para viver, e para viver com qualidade, e que tiveram acesso a esse órgão”, adiantou.

Portugal alcançou este segundo lugar num universo de 50 países, entre os quais estão representados “todos os países ocidentais”.

Em 2016, Portugal ocupava a terceira posição e, em 2015, o quarto lugar.

Presente na inauguração, o ministro da Saúde sublinhou a importância deste lugar alcançado por Portugal e aproveitou para prestar o seu reconhecimento ao IPST e “a qualidade dos profissionais de saúde”.

“É este o reconhecimento que tem de ser feito ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao sistema de saúde, num país que não tendo os mesmos recursos que outros, tem feito tudo o que pode”, disse.

De acordo com o relatório da Coordenação Nacional da Transplantação sobre a atividade de doação e transplantação de órgãos entre 2012 e 2017, no ano passado foram colhidos 1.011 órgãos e realizados 895 transplantes.

Ao nível dos transplantes realizados em 2017, assinalou-se um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior (864).

Também os dadores aumentaram, atingindo os 351 em 2017, mais 14 do que no ano anterior.

A maioria dos dadores estava em morte cerebral (330), 79 eram dadores vivos, 21 encontravam-se em paragem cardiocirculatória e dez eram dadores sequenciais.

A principal causa de morte dos dadores foi clínica (80%), seguindo-se a traumática (20%).

O maior número de dadores é oriundo do sul (137), seguido do norte (110) e do centro (104).

Em relação aos órgãos, o aumento foi de 8% em relação ao ano anterior, registando-se a colheita de 1.011 em 2017. A idade média do dador foi de 53,8% (55,1% em 2016).

Em dador vivo, registaram-se 77 doações de rins e dois de fígado.