A mesma fonte indicou hoje à Lusa que Portugal, na sequência de conversações tidas nos últimos meses, irá apoiar Nadia Calviño por considerar que esta candidata “é a mais qualificada” para assumir a presidência do BEI.

Nadia Calviño é, juntamente com a vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela pasta da concorrência, Margrethe Vestager, uma das principais candidatas à ‘corrida’ pela liderança do BEI, nomes aos quais se juntam o do ex-ministro italiano Daniele Franco, da antiga ministra polaca e vice-presidente do BEI Teresa Czerwinska e do antigo ministro da Energia da Suécia e também atual vice-presidente da instituição Thomas Ostros.

No início de setembro, Margrethe Vestager anunciou que iria tirar uma licença sem vencimento para se concentrar na sua candidatura.

Este que é hoje considerado um dos lugares de topo nas instituições da UE atrai, desta vez, o interesse de vários altos funcionários europeus, depois de ter sido liderado durante 12 anos pelo alemão Werner Hoyer, que cumpriu dois mandatos de seis anos e está agora de saída.

Fonte comunitária salientou à Lusa o “interesse renovado” na liderança do BEI, que também reflete “uma nova página” desta que é a maior instituição financeira multilateral do mundo em termos de ativos e que será crucial para apoiar a UE nas suas metas ‘verdes’ e digitais.

As posições surgem quando os ministros das Finanças da UE se juntam, na quinta-feira e sexta-feira na cidade espanhola de Santiago de Compostela, para uma reunião informal, à margem da qual será discutida a liderança do BEI.

Porém, segundo as fontes ouvidas pela Lusa não se espera para já um consenso em torno de um nome entre os cinco candidatos, o que será mais provável de acontecer na reunião ordinária dos responsáveis pela tutela das Finanças de outubro.

A decisão é tomada pelo Conselho de Governadores do BEI, constituído pelos ministros das Finanças de todos os países da UE.

O atual presidente do BEI, Werner Hoyer, deixa o cargo no final do ano, pelo que os governantes têm até então de nomear um sucessor.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do banco indicou que este processo de seleção “está nas mãos dos Estados-membros, que são os acionistas do BEI”.

“O BEI não faz comentários sobre datas, candidatos, prazos ou outros aspetos relacionados com o processo”, adiantou a mesma fonte.

Detido pelos Estados-membros e sediado no Luxemburgo, o BEI é a instituição financeira do bloco comunitário, que suporta financeiramente projetos dentro e fora da UE alinhados com as prioridades europeias, como o crescimento e melhoria do emprego, o combate às alterações climáticas e a transição digital.

Tem atualmente fundos próprios de 78 mil milhões de euros, um balanço contabilístico de 544 mil milhões de euros e um capital subscrito de 249 mil milhões de euros.

Cabe ao presidente do BEI liderar decisões como a contração de empréstimos e a concessão de financiamentos, nomeadamente de empréstimos e de garantias.

A seleção do novo presidente está a ser coordenada pelo ministro belga das Finanças, Vincent Van Peteghem, na qualidade de atual responsável pelo Conselho de Governadores do BEI, que está já a realizar consultas informais para iniciar o procedimento formal de nomeação.