O envio deste contingente de 60 militares portugueses, das forças especiais, é enquadrado pelo novo acordo-quadro de cooperação bilateral que está a ser ultimado pelos ministérios português e moçambicano, disse fonte da tutela.
Em entrevista à Lusa divulgada no passado dia 17 de fevereiro, o ministro português, João Gomes Cravinho, estimou em cerca de 60 militares o contingente de “forças especiais” que será destacado para Moçambique, auxiliando pela via da formação e preparação o país africano no combate ao terrorismo.
“O que vamos destacar são formadores para formar fuzileiros e comandos. São militares que têm essas valências, forças especiais”, disse na altura Gomes Cravinho, frisando que decorre o planeamento com as autoridades moçambicanas.
O ministro da Defesa de Moçambique já havia sinalizado ao governo português a intenção de visitar Portugal, mas ainda não há datas previstas, de acordo com a mesma fonte.
Sobre o novo acordo-quadro para a cooperação técnico-militar entre Portugal e Moçambique, para vigorar nos próximos três anos, Gomes Cravinho precisou que não contempla grandes alterações de conteúdo, mas representa uma “intensificação” da cooperação com este país, na sequência do atual contexto de ameaças.
A cooperação técnico-militar entre Portugal e Moçambique existe desde 1988.
Quanto aos locais de trabalho, está previsto que os militares portugueses estarão no sul do país, perto de Maputo, e no centro, disse então o ministro da Defesa português.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no passado dia 24, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
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