“É uma comunidade que tem crescido, apesar da crise dos últimos anos e de muitos terem regressado a Portugal. Agora, verifica-se o inverso. Ao retorno à Venezuela há uma vontade efetiva e visível que está a acontecer”, disse.
Paulo Cafôfo falava à Lusa na terça-feira, pouco antes de finalizar uma visita de oito dias à Venezuela, onde além de Tejerías (70 quilómetros a oeste da capital, Caracas), contatou com portugueses em Caracas, Maracay, Barquisimeto e Turumo.
“Eu prevejo que esta, que é uma das melhores comunidades e uma das maiores comunidades portuguesas do mundo, possa ter dias felizes com a afirmação de Portugal aqui, no quadro que é: sentem-se portugueses nas suas raízes, mas também se sentem venezuelanos”, frisou.
“Vejo aqui nesta comunidade uma grande pujança, uma grande dinâmica”, acrescentou Cafôfo.
“Temos contactado com diversos clubes, diversas associações, cujos dirigentes são jovens e isto significa que há uma renovação geracional e que esta comunidade não está a ficar presa ao passado ou está a definhar”, disse.
Segundo Paulo Cafôfo, “bem pelo contrário, é uma comunidade com gente jovem. Eu comparei há pouco à África do Sul, uma comunidade envelhecida, e nesta comunidade aquilo que vejo é que a esse nível teremos um futuro garantido”.
“É aquilo que tenho dito, [que] acabamos por ter duas pátrias e um povo. E isto é algo que não acontece em todos os lugares, em todos os países, em todas as comunidades e por isso é que a nossa função é estar próximo”, disse o SEC.
Paulo Cafôfo explicou que, “em primeiro lugar”, é preciso “dotar dos serviços necessários e a resposta que o Estado [português] deve dar em termos de serviços consulares”.
“Também valorizar os nossos empreendedores, empresários de sucesso, pessoas que ajudaram a construir a Venezuela e desenvolver a Venezuela. E, por outro lado, somos solidários e reforçar o apoio social para aqueles que efetivamente, neste momento estão a atravessar um momento difícil”, disse.
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