A reportagem dos jornalistas da RTP Isabel Silva Costa, Carlos Pinota e João Caldeirinha, “Joias do Príncipe”, ganhou o prémio de melhor documentário e vai receber cinco mil euros.

O projeto faz parte da série “Terra Príncipe” que documenta empreendimentos locais, na ilha do Príncipe, maioritariamente feitos por mulheres.

O vencedor na categoria de videoclipe foi o italiano Davide Salvucci com o vídeo “Buta, the jewel of África” (“Buta, a joia de África”) no qual é descrito o massacre ocorrido na região do Burundi quando 40 estudantes de diferentes etnias foram massacrados por se terem recusado a matar uns aos outros.

Salvucci vai receber um prémio no valor de 1.500 euros.

Esta edição do prémio bianual contempla duas categorias – um documentário ou reportagem para jornalistas e videoclipes para estudante até aos 25 anos.

O objetivo da premiação é contribuir para a difusão de “uma informação mais real” sobre o continente africano, afirma a organização não-governamental (ONG) Harambee África Internacional em comunicado de imprensa.

Portugal foi escolhido para acolher a oitava edição do prémio.

“Em suma, o objetivo é promover o conhecimento de um continente que é um tesouro para o mundo”, refere a organização não-governamental (ONG) Harambee África Internacional no comunicado.

A cerimónia de entrega dos prémios decorre hoje, na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa, às 18:00.

Para o jornalista, crítico de cinema e presidente do júri nesta edição do prémio, Mário Augusto, o prémio “não se trata de apresentar uma visão ingénua ou simplista de África, mas de mostrar que, a par das guerras e das dificuldades, há também esperanças e o trabalho sério de muitos indivíduos e organizações”.

“Harambee” significa 'todos juntos' em suaíli, e resume a missão da organização: “todos juntos para acompanhar um continente que tem muito a ensinar ao mundo”.

A Harambee África Internacional surgiu em 2002 e tem como objetivo “financiar projetos no continente africano, feitos por africanos para ajudar pessoas de África” e promover “um olhar positivo sobre África”.

A organizaçao já financiou 78 projetos desde 2002, em 21 países africanos, sendo que os projetos abrangem áreas variadas como o desenvolvimento agrícola, a instrução e formação profissional e outros na área da saúde.

De entre os vários projetos que tem em curso, dois se destacam – um em Angola e outro em Moçambique.

O projeto angolano Kulikuasa, que significa ajuda solidária, tem como objetivo alfabetizar 120 mulheres na província de Lunda do Sul, e posteriormente, pretende fornecer-lhes ferramentas profissionais para que possam contribuir na economia familiar e social.

Os formadores serão locais, o que significa que o projeto contribuirá diretamente para combater o desemprego na província.

O projeto Dignity Moçambique pretende dar a conhecer aos jovens entre os 15 e os 20 anos profissões e o acesso a mercados de comercialização.

O projeto conta com 60 jovens, 29 raparigas e 31 rapazes, e o grupo tem 12 formadores ao seu dispor em ateliês profissionais que os ensinam sobre cozinha, costura, desenho e pintura, carpintaria, informática, marketing e comunicação, e gestão de projetos e empresas.