Numa declaração sem direito a perguntas, na sala de imprensa do Santuário de Fátima, onde peregrina o papa Francisco na sexta-feira e no sábado, e vai canonizar os beatos e irmãos Francisco e Jacinta Marto, Ângela Coelho começou por explicar que quando o relato da cura chegou à postulação, no final de junho, julho de 2013, o caso começou a ser acompanhado.

“Pela Congregação das Causas dos Santos foi-nos dito que tínhamos de esperar algum tempo, precisamente para verificar a durabilidade da cura”, explicou a religiosa, realçando que, “ao longo destes meses em estudo do processo”, houve dois elementos, “dentro daquilo que é a História de Fátima”, que a deixou comovida.

O primeiro é o facto de tratar-se de uma criança, o Lucas, que tem uma irmã, Eduarda, tal como Francisco e Jacinta.

“O Lucas cai e é, precisamente, uma comunidade de carmelitas que vai rezar, pedindo com toda a intensidade a intercessão do beato Francisco e da beata Jacinta”, declarou, referindo, ainda, que quando a criança acorda pergunta imediatamente pela irmã.

Por outro lado, a postuladora da Causa da Canonização de Francisco e Jacinta assinalou, a propósito deste processo, “como não pensar” em todos estes dados na “presença de uma outra carmelita, chamada irmã Lúcia”.

“Por isso, ficamos comovidos, percebendo que são duas crianças que cuidam de uma criança através da fé de toda uma comunidade carmelita que encoraja toda a família que já rezava a Nossa Senhora de Fátima a rezar aos beatos Francisco e Jacinta Marto”, acrescentou.

Ângela Coelho apontou, igualmente, um outro pormenor: os pais de Lucas, João Batista e Lucila Yurie, casaram a 20 de fevereiro de 2004, festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto.

“Sentimo-nos, portanto, todos muito agradecidos e comovidos pela intercessão dos beatos, muito em breve santos, por tudo quanto que foram protegendo, concretamente esta criança, Lucas, e temos a certeza que continuarão a proteger todas as nossas intenções naquilo que forem as nossas necessidades”, acrescentou.

Lúcia de Jesus, nascida em 1907, entrou para o Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, a 25 de março de 1948, onde morreu a 13 de fevereiro de 2005.

Sepultada no Carmelo, foi trasladada a 19 de fevereiro de 2006 para a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estão, também, os túmulos dos beatos e seus primos Francisco e Jacinta Marto.

Antes da declaração da irmã Ângela Coelho, o pai de Lucas, João Batista, acompanhado da mulher, Lucila Yurie, relatou o acidente do filho, que caiu de uma altura de cerca de 6,5 metros, e a cura, o "milagre" que desencadeou a canonização dos beatos Francisco e Jacinta.