“Enquanto cidadão, tomei a minha decisão: no dia 30 de setembro não vou votar”, declarou na sua intervenção perante a Assembleia geral da ONU. “E estou convencido de que vós, os nossos concidadãos, também tomareis essa decisão sábia”, acrescentou.

Ivanov criticou os altos responsáveis dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) que visitaram a Macedónia nas últimas semanas, por sugerirem que a alteração do nome constitui a única hipótese de adesão do país à NATO e UE.

“Se nos tiram a esperança, o que nos resta?”, questionou, numa referência aos dirigentes ocidentais que se deslocaram a Skopje em apoio ao referendo sobre a alteração do nome do país para “República da Macedónia do Norte”, que também definiu como um “truque” e uma “flagrante violação da soberania”.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, a chanceler alemã, Angela Merkel, ou o comissário europeu para o Alargamento, Johannes Hahn, mantiveram em Skopje conversações com o primeiro-ministro social-democrata Zoran Zaev e outros responsáveis locais.

A Rússia foi acusada em diversas capitais ocidentais de “interferência” para evitar o sucesso da consulta de domingo.

Em pleno conclave da ONU e na presença dos dirigentes do mundo reunidos em Nova Iorque, Ivanov sublinhou que um “sim” no referendo tornaria o pequeno país do sul dos Balcãs, que declarou a independência da Jugoslávia em setembro de 1991, um Estado “semi-soberano” e com um “direito à autodeterminação corroído”.

Pelo contrário, se o referendo fracassar, “serão criadas outras possibilidades de discutir”, assegurou.

“Para alcançar um acordo duradouro, realista (…), é necessário discutir, não impor pela força, é necessário o respeito mútuo e não o desprezo”, acrescentou.

O Presidente disse que o acordo entre o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o seu homólogo macedónio, Zoraz Zaev, rival político de Ivanov, coloca o país "numa situação de facto consumado": "Diz-nos que somos mais pequenos e mais fracos e que assim devemos aceitar o acordo pretendido por Atenas”.

Uma vitória do “sim” no referendo consultivo de domingo não implica de imediato a alteração do nome. O seu resultado deverá ainda ser validade pelo parlamento macedónio, e por uma maioria de dois terços.

O referendo foi convocado após um acordo entre Skopje e Atenas destinado a terminar com um prolongado litígio sobre a utilização do termo “Macedónia”, também a designação de uma província do norte da Grécia.